
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
4 comentários:
Dos mais belos poemas contra a xenofobia, o racismo, as desigualdades sociais!
Parabéns,
a fotografia é extremamente bonita, apesar de ter várias leituras!
GR
Este poema e muito bonito.Apresentou-me a minha compnaheira pretinha por sinal.Através do tue site aproveito para lhe dar um beijo de amor e de luta por um mundo melhor.
abraço camarada.o teu blog e sempre um prazer.
Há imagens que valem mil palavras!
Enquanto imagens destas houver, continuarei a lutar por um mundo justo, fraterno e igual!
Abraço
Espectacular!
... e satisfeitíssimo porque é o nome da minha rua.
Um abraço
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