Que a generalidade dos dirigentes europeus são vigaristas do pior quilate, já o sabíamos. Não espanta assim o conto do vigário que, a propósito da derrota monumental que sofreram na Irlanda, desfiam em uníssono.
A tentativa é fazer com que acreditemos que o referendo não teve valor vinculativo e que, a exemplo das vigarices que com outros povos fizeram, a seu tempo tudo será corrigido. Quer dizer, os abutres assumem que nem a democracia formal respeitam quando os seus interesses são colocados em causa. Por isso, mal possam, vão fazer com que o não agora expresso se transforme num conveniente sim.
Por mim, fico sempre feliz quando a União se alarga em número de países. Quantos mais povos enganados, maior será a probabilidade de a construção europeia neoliberal implodir. E a cada derrota dos europeístas - vulgo charlatães endinheirados -vibro de felicidade.
A União Europeia é, desde o seu início, um monumental embuste. Criada com o único objectivo de lutar contra o comunismo, desde cedo assentou os seus alicerces na mentira e na chantagem. País e povo que não aceitassem o capitalismo não poderiam ser beneficiados com os milhões que permitiram a reconstrução no pós-guerra.
Desde então, e através do que o charlatão-mor apelidou de "política dos pequenos passos", têm sido servidas gradual e sucessivamente, doses de veneno federalista, que transformando a União numa federação de estados, cumpra o designío dos grandes senhores.
Tudo feito sem que o povo se possa pronunciar. Tudo realizado sob coacção e chantagem. Ainda agora, sob a ressaca do não, os tais europeístas se apressaram a exigir a expulsão do prevaricador do clube europeu.
Cambada de miseráveis.