quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cavaco, o camicie nere


Cavaco foi um fascista convicto. Como todos os iguais, adaptou-se com engenho ao novo regime. Frequentou os lugares e os tratantes que Abril não vedou. Foi a presidente, em lugar de Soares Carneiro, por ter escondido melhor a sua dependência e amor aos campos de concentração. É um camisa-negra recauchutado a que se deve, dizem-nos, respeito institucional.

Caraças, que palavra tão importante. Mas cada um de nós é, também, instituição ou devedor a essa coisa vaga? Por mim Cavaco é tão institucional quanto Mussolini, embora sem o tempo ou o cenário desse criminosos abjecto.

Esperar desse troglodita que se oponha a qualquer medida contra os trabalhadores é tão pueril que nauseia. Ele já mostrou ao que vinha e ao que andou desde a juventude. Preencheu a ficha da Pide para assegurar ser um bom serventuário do fascismo e, do alto da sua cagança presidencial, baniu o secretário-geral do PCP do Conselho de Estado e os cravos da sua lapela infecta. Gestos conformes com a sua ideologia salazarenta.

Como todos os herdeiros do fascismo, Cavaco teme expor o que na verdade preconiza para Portugal. Mas não nos é difícil mostrar o que habita a sua cabecinha inculta e ressabiada: edificar em Portugal o paradigma da revolução industrial do Séc. XIX e afixar às portas das empresas o conhecido cartaz dirigido aos trabalhadores, “A partir destes portões cessam todos os vossos direitos. Ámen!”.

E não se estranhe o acrescento pio. Afinal, não é Cavaco o invocador-mor de santas e santinhas? O beato com ânsias de Fátima sob a delicodoce manta de republicanismo à Belém?

Habitasse em Cavaco réstia de dignidade, a mais leve brisa de sentido de justiça, a mais reduzida visão do interesse colectivo e há muito teria abandonado o Palácio por ilegitimidade e falta de requisitos para lá obrar.

Quantas divisões têm o edifício, quantos quartos, cozinhas e latrinas, quantos empregados, quantos cristais, quantos GNRs e agentes, quantos assessores e mordomias diversas? Se fosse coerente com a necessidade que nos impõe de sacrifícios, Cavaco imitaria o gesto de Mujica (a substância está-lhe vedada, absolutamente) e abria as portas de par-em-par, para que os pobres e sem abrigo lá fossem viver sem o fausto presidencial.

Se assumisse ser o que é, uma rainha de Inglaterra em feio e sem trono nem préstimo, partiria para Boliqueime ou, pensando melhor, para uma dessas feiras itinerantes; imagino-o a cobrar bilhetes para a excelsa representação: mostrar a hercúlea façanha de sua Maria Cavaco, a sobreviver com uns meros oitocentos euritos e tadinha, sem poder tocar em qualquer das variadas e gordas reformas de dom Aníbal.

Estes gajos, cada vez me capacito mais disso, só aprenderão a lição se conseguirmos enfiar-lhes os princípios grandiloquentes pelo dito cujo acima, ensaboados no estado de direito que querem só para si.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Cuba, vencerá!

Em Cuba, longe da ferocidade maniqueísta dos que só vislumbram branco e preto, floresce uma intensa discussão, ideológica, vital, necessária. O que mais me impressiona é a qualidade do debate, a preparação e cuidado dos intervenientes, os argumentos usados, a coragem da análise.
É notória a preocupação com a existência do que designam por "pirâmide social invertida", consequência de medidas tomadas recentemente e do laxismo e mesmo boicote com que a Revolução se defronta. Como Fidel advertiu, num célebre e inesquecível discurso na Universidade de Havana, os inimigos externos não conseguiram, com 54 anos de atentados terroristas, destruir a Revolução, mas o inimigo interno, devidamente financiado pelos EUA, pode destruí-la.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Álvaro Cunhal e as conquistas da Revolução (I)

 

                                    Rumo ao socialismo

Ninguém reflectiu mais profundamente sobre as conquistas da Revolução de Abril do que Álvaro Cunhal que, em obras tão significativas como «A Revolução Portuguesa – o Passado e o Futuro» ou «A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril – a contra-revolução confessa-se», analisou a sua extensão, o seu significado, o seu sentido de futuro. Mas não se limitou apenas a pensar sobre estas conquistas: enquanto Secretário-geral do Partido Comunista Português, o grande partido da Revolução de Abril, foi ele próprio um destacado protagonista dessas transformações, que mudaram por completo a face do País, apontando-o ao socialismo.
 
A 2 de Abril de 1976, fez há poucos dias 37 anos, era aprovada a Constituição da República Portuguesa. No seu preâmbulo sublinhava-se (e sublinha-se ainda!) a decisão do povo português de «defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista». Quase que bastaria esta frase para se perceber a profundidade das transformações operadas na sequência do 25 de Abril, num País que dois anos antes se encontrava ainda subjugado a uma ditadura fascista, com o seu rol de violência, arbitrariedade, obscurantismo e miséria.
 
Mas a Constituição de Abril não se ficava pela proclamação do objectivo supremo da construção do socialismo. Pelo contrário, consagrava os princípios, direitos e garantias que o consubstanciavam, como o direito ao trabalho e a um salário digno; o direito à saúde e à educação públicas e de qualidade e à protecção social no desemprego ou velhice. Mas também o carácter irrevogável da Reforma Agrária, das nacionalizações e do controlo operário; o Poder Local Democrático; a submissão do poder económico ao poder político democrático; a contribuição de Portugal para a Paz, o desarmamento, o respeito pela independência e soberania dos povos.
 
Como afirmou Álvaro Cunhal num comício do PCP em Odivelas realizado no próprio dia em que a nova Lei Fundamental foi promulgada, ela «consagrou as liberdades e as conquistas fundamentais da Revolução», sendo por isso legítimo considerá-la em si mesma uma «conquista das forças revolucionárias portuguesas, do nosso povo, dos militares do 25 de Abril». O então Secretário-geral do Partido salientava ainda a necessidade de «exigir a todos os reaccionários, a todos aqueles que querem liquidar as liberdades, que cumpram também esta Constituição, que é obrigatória para todos os portugueses».
 
O resto da história é conhecido. O desrespeito pela Constituição a partir do próprio dia da sua promulgação, sobretudo por alguns daqueles que a aprovaram, como o PS e o PSD, por não terem tido então coragem para fazer outra coisa; a tenaz resistência popular pela sua defesa e efectivação, com os comunistas na primeira linha. Quanto ao futuro, ainda não está escrito. Mas os trabalhadores e o povo terão, com o PCP, uma palavra a dizer.
 
in, AVANTE!, de 11/04/2013
 


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Editorial do Jornal de Angola


Portugal e Jonas Savimbi
24 de Fevereiro, 2013
O pesadelo da guerra terminou com a morte de Jonas Savimbi, o traidor da Pátria angolana até ao fim dos seus dias. Mas ontem como hoje ainda há entre nós uma minoria pouco esclarecida que tem saudades do colonialismo que serviu convictamente. Como serviu o “apartheid” e está pronta a servir tudo desde que esteja contra Angola e o seu povo. O mesmo se passa com a desvairada imprensa portuguesa e as elites corruptas políticas e económicas daquele país em profunda crise moral, acossado pelos credores e ao mesmo tempo a exibir tiques imperiais ridículos.
Uma parte significativa das elites políticas corruptas e intelectuais portuguesas fez tudo para que Angola não fosse um país independente. Se o plano aprovado na ilha do Sal por Spínola, Nixon e Mobutu tivesse resultado, hoje as elites portuguesas e a sua imprensa tratavam os angolanos como trataram durante décadas a UNITA. Já a ONU tinha aprovado pesadas sanções contra a organização de Jonas Savimbi e os seus dirigentes e Portugal era ainda um paraíso para os sancionados. A imprensa portuguesa apresentava Savimbi como um herói. Mário Soares, então presidente da República, tratava-o como um amigo e o seu filho João como compadre. Altos dirigentes políticos seguiram o exemplo e curvaram-se reverenciais diante dos servidores do colonialismo e organizados nas forças repressivas do regime de “apartheid” da África do Sul.
Nunca a imprensa portuguesa referiu que Savimbi foi um dos carcereiros de Nelson Mandela, ao colaborar com o regime racista da África do Sul. Ou que pôs as suas armas ao serviço da sangrenta guerra colonial. Os dirigentes da UNITA andaram décadas por Lisboa a traficar armas e diamantes e a tratar das suas negociatas criminosas. Mas nunca a Procuradoria-Geral da República Portuguesa ou os serviços de combate ao banditismo investigaram os traficantes e criminosos que circulavam livremente em Portugal. Muito menos os raptores e assassinos de cidadãos portugueses que viviam em Angola. Antes pelo contrário, muitos foram premiados com a atribuição da nacionalidade portuguesa e integrados em instituições e sociedades secretas para ficarem melhor protegidos.
Qualquer jornalista português sabe disso, mas todos se calaram. O império mediático português foi sempre um fiel servidor de Jonas Savimbi. Os jornais e canais de televisão do senhor Pinto Balsemão trataram a rede criminosa como se os seus membros fossem os seus heróis. Savimbi escolhia a dedo os jornalistas portugueses necessários às acções de propaganda para a guerra em Angola. Os nomes dos jornalistas a quem Savimbi pagava os seus serviços são conhecidos e continuam activos nas redacções. Mas mantêm um silêncio cúmplice até hoje. Alguns estão agora em lugares-chave das grandes empresas e passaram a ter como nova tarefa prejudicar ao máximo as relações luso-angolanas. Já o escrevi aqui e volto a repetir: a imprensa portuguesa foi responsável pelo prolongamento da guerra em Angola e as elites corruptas portuguesas apenas se servem dos angolanos. Por trás estimulam ataques violentos contra quem lhes dá a mão e oferece amizade desinteressada. Continuamos a lidar com uma chocante falta de carácter.
Um antigo ministro da Defesa português, Castro Caldas, voltou a pôr a mão na ferida. Confirmou o que todos sabíamos: Jonas Savimbi e a UNITA foram agentes das autoridades coloniais portuguesas, que armaram, municiaram e financiaram as suas operações para impedir a libertação de Angola. Pensava eu que face a mais esta confirmação oficial da traição, a actual direcção da UNITA fosse rever a sua posição de continuar a apresentar o fundador do partido como um patriota. Mas nada aconteceu. O defunto chefe da UNITA continua a ser glorificado pela desacreditada imprensa portuguesa e pela liderança do maior partido da oposição.
Os recursos que foram roubados pela UNITA em Angola para pagar os serviços prestados pelos jornalistas portugueses ordena os silêncios e as cumplicidades em Portugal. Mas essa cobardia merece uma profunda indignação em Angola. Por continuar ainda hoje, décadas depois da independência, a perseguição aos interesses de Angola em Portugal, soa mal e gera muita desconfiança quando vem a Luanda um ministro do governo de Lisboa afiançar que a amizade entre Portugal e Angola continua de pé e os investimentos angolanos são “bem vindos” em Portugal. Já começamos a acreditar que isso não é sincero. Mesmo quando o portador da mensagem é Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que é líder de um partido que nunca escondeu a sua simpatia por Jonas Savimbi e que foi director de um jornal, “O Independente”, que tanta desinformação verteu para a opinião pública sobre a nossa realidade.
Hoje Paulo Portas é um grande amigo de Angola e está a ser lançado para liderar a direita portuguesa em caso de as coisas correrem mal à actual coligação, o que mostra que é possível, afinal de contas, um entendimento com Portugal, se calhar igual ao Entendimento do Luena, para que se ponha fim, de uma vez por todas, às guerras e guerrinhas portuguesas contra Angola.
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um Povo Resignado e Dois Partidos sem Ideias

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896)'


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Também por isto, AMO CUBA!




Os alunos cubanos tiram notas muito mais altas em exames internacionais que as crianças de outros países latino-americanos, incluindo o Brasil. "A educação de Cuba oferece à maioria dos alunos uma educação básica que somente crianças de classe média alta recebem em outros países da America Latina", explica o economista Martin Carnoy, da Universidade de Stanford (EUA), que conduziu um estudo comparativo entre os sistemas educacionais do Brasil, Chile e Cuba.

Carnoy foi a campo e colheu evidências que jogam luz sobre os principais problemas brasileiros. O resultado é o livro A vantagem acadêmica de Cuba - Por que seus alunos vão melhor na escola, publicado no Brasil pela Ediouro. Nele, Carnoy mostra que o ótimo desempenho dos estudantes cubanos é resultado de um sistema educacional que dá oportunidades iguais para todos os alunos, que estudam em um ambiente mais seguro e menos desigual que o brasileiro. 

O economista filmou salas de aula em Cuba e no Brasil e cronometrou o tempo dedicado a explicação dos conteúdos pelos professores. Assim, procurou entender como uma sociedade com renda per capita menor que a brasileira consegue promover uma educação de muito melhor qualidade para todos os jovens de sua população. Suas descobertas provam que é possível avançar. "Embora nem tudo em Cuba seja transferível para outras sociedades, acredito que as lições são claras", explica o especialista. Para ele, os principais ensinamentos da experiência cubana são o recrutamento dos melhores alunos do ensino médio para o magistério, as boas escolas de formação de professores, a garantia de que os alunos são saudáveis e estão bem alimentados e o sistema de supervisão dos professores, voltado para a melhoria do ensino. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ao Fernando Samuel

"Vasco conservou-se calado. Ouviu o amigo com uma atenção ansiosa, fixando-lhe os olhos. Depois, com uma voz tão baixa que parece dirigir-se apenas a si próprio, murmura: Conhecer-te foi a maior felicidade da minha vida... podes crer, eu esperava por ti, sabia que, em qualquer parte do mundo, tu existias... e foi bom ver-te chegar, com a tua amizade total, com o teu riso aberto, com os teus livros dentro da camisa, com a tua timidez exposta, com as tuas convicções fortes, com essa força interior que conforta todos os que te conhecem. Quando te vi chegar, soube que tinha chegado o meu amigo, aquele em quem eu confio mais do que em mim próprio, a quem confidenciarei tudo o que jamais direi seja a quem for...
 Interrompe-o Francisco, procurando disfarçar a comoção: Se continuas assim, fazes-me chorar. Vasco põe um sorriso terno: Chora, então, porque eu vou continuar..."

O Caminho das Aves, de José Casanova

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

¿Maltrato a las mujeres? Ellas se lo buscan

¿El ‘feminicidio?’. Es culpa de las mujeres. Este sería el resumen de un texto que apareció colgado el día de Navidad en la puerta de la iglesia de San Terenza, una pequeña localidad del norte de Italia. Aunque esta mañana el texto ha desaparecido de la parroquia, el párroco, Don Piero Corsi, ha confirmado a los medios de comunicación que comparte una por una las afirmaciones mostradas en el texto.
 
El documento es en realidad una revisión crítica de la carta apostólica ‘Mulieris dignitatem’ de Juan Pablo II sobre la dignidad y la vocación de la mujer, que fue publicada recientemente por el sitio Pontifex. Lo grave, según han denunciado hoy las organizaciones de lucha contra el maltrato de la mujer, es que sea apoyada y compartida públicamente por un párroco.
 
“¿Es posible que los hombres se hayan vuelto locos? No lo creemos. El hecho es que las mujeres provocan cada vez más a menudo, caen en la arrogancia, se creen autosuficientes y terminan por exasperar las tensiones existentes. Ellas se lo buscan”, se lee en el texto.
 
Por culpa de las mujeres, en definitiva, “los niños son abandonados a su suerte, las casas están sucias, los platos encima de la mesa fríos…”, y ellas, y no sus parejas, son las culpables de la violencia doméstica. Según el autor del texto la violencia de género no es más que una invención de los medios de comunicación. Una provocación en un país donde solo en 2012 se contabilizaron al menos cien asesinatos de mujeres a manos de sus parejas o ex parejas.
 
Las reacciones a la provocación del párroco han sido instantáneas. Un grupo de mujeres pertenecientes a la junta del ayuntamiento de la localidad donde se encuentra la iglesia han firmado un documento en el que denuncian las palabras del sacerdote y se preguntan por qué un cura no ayuda a su propia comunidad a buscar “soluciones y respuestas exhaustivas” en lugar de publicar artículos sobre la violencia contra la mujer “inaceptables”.
 
Los responsables del teléfono de ayuda a la mujer maltratada han ido más lejos y han pedido públicamente la reprobación oficial del religioso y la intervención del Papa. Gabriella Carnieri Moscatelli, presidenta del Teléfono Rosa, ha definido el mensaje de Don Piero “intolerable” y una “instigación al comportamiento violento contra las mujeres”.
 
Entrevistado esta mañana en un programa de la radio pública italiana, Don Piero no ha querido responder a las preguntas del periodista y ha cortado la comunicación cuando se le ha preguntado por su opinión acerca del maltrato a la mujer, pero el documento ha desaparecido hoy mismo de la puerta de la iglesia.
 
No es la primera vez que este cura se encuentra en el centro de la polémica. Hace varios meses su nombre ocupó la primera página de la prensa cuando colgó las viñetas de Mahoma, consideradas ofensivas por los musulmanes, que provocaron episodios de violencia en todo el mundo.

Cuba registra la más baja tasa de mortalidad infantil de las Américas

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