quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Censores

Nos debates assiste-se a uma tendência miserável: em vez de se esgrimir argumentos, ridiculariza-se a posição de quem pensa diferente para se menorizar o adversário. Fica assim dispensado de fundamentar o que pensa quem recorre a comportamento tão miserável, provocando o riso e a adesão alarve de incautos e apaniguados.
Como assinalou o Prof. José Gil, “O riso obtido, explorando a esperteza estúpida dos outros, revela um traço típico do burgesso português: é que, para ele, há sempre um burgesso mais burgesso do que ele. "
Esta é, no fundamental, a substância do “politicamente correcto”. Argumentar para quê? O que interessa é o ataque pessoal devidamente travestido de olhar irónico (tão cultos se apresentam …) sobre todos os assuntos com que não concordem efectivamente ou por encomenda de quem manda.
Estes censores pretendem matar assim a possibilidade de afirmação alternativa de ideias, projectos ou ideologias. Meninos bem comportados, alguns com etiqueta de esquerda a condizer (ai como se aborrecem com o capitalismo e os poderosos, à mesa do café!), odeiam quem lhes questione o discurso velho, quem lhes denuncie a cumplicidade com o sistema.
No mundo dos blogues esta tendência agrava-se por ser frequente o seu exercício por cobardes e bandidos sem escrúpulos. Como é fácil criar blogues anónimos, quem quiser atacar incógnito tem a vida facilitada. Tantos anos depois de Abril é penoso constatar este exercício dos contumazes invertebrados. Mas é necessário, para que o aparente não substitua o essencial.
A luta continua!

domingo, 13 de agosto de 2006

Parabéns, Comandante!

Fidel, 80 anos
"Houvesse uma fábrica de produtos lúdicos destinados ao mercado político, talvez "Onde está Wally?" ganhasse a versão "Onde está a esquerda?" Uma parcela da esquerda sente-se vexada porque não é tão ética quanto propala; outra, porque o socialismo faliu, exceto em Cuba. Na Coréia do Norte predomina um regime totalitário e, na China, o capitalismo de Estado. As carpideiras da falência do socialismo não se perguntam por suas causas nem denunciam o fracasso do capitalismo para os 2/3 da humanidade que, segundo a ONU, vivem abaixo da linha da pobreza. Assim, abraçam o neoliberalismo sem culpa. E o adornam com o eufemismo de "democracia", embora ele acentue a desigualdade mundial e negue valores e direitos humanos cultuando a idolatria do dinheiro e das armas.

O que é ser de esquerda? Todos os conceitos acadêmicos -ideológicos, partidários e doutrinários- são palavras ocas frente à definição de que ser de esquerda é defender o direito dos pobres, ainda que aparentemente eles não tenham razão. Por isso causa arrepio ver quem se diz de esquerda aliar-se à direita. Fidel é um homem de esquerda. Não fez, entre 1956 e 1959, uma revolução para implantar o socialismo. Motivou-o livrar Cuba da ditadura de Batista, resgatar a independência do país e libertar o povo da miséria. Em visita aos EUA logo após a tomada do poder, foi ovacionado nas avenidas de Nova York.

A elite cubana resistiu a ceder os anéis para que toda a população tivesse dedos. Apoiada pela Casa Branca, instaurou o terror, empenhada em deter as reformas agrária e urbana e a campanha nacional de alfabetização. Kennedy, festejado como baluarte da democracia, enviou 10 mil mercenários para invadir Cuba pela Baía dos Porcos, em 1961. Foram derrotados. E a Revolução, para se defender, não teve alternativa senão aliar-se à União Soviética. Cuba é o único país da América Latina que logrou universalizar a justiça social. Toda a população de 11 milhões de habitantes goza dos direitos de acesso gratuito à saúde e à educação, o que mereceu elogios do papa João Paulo II em sua viagem à Ilha, em 1998.

Seria o paraíso? Para quem vive na miséria em nossos países -e são tantos- a cidadania dos cubanos é invejável. Para quem é classe média, Cuba é o purgatório; para quem é rico, o inferno. Só suporta viver na Ilha quem tem consciência solidária e sabe pensar em si pela ótica dos direitos coletivos. Ou alguém conhece um cubano que deu as costas à Revolução para, em outra parte do mundo, defender os pobres?

No trajeto do aeroporto de Havana ao centro da cidade há um outdoor com o retrato de uma criança sorrindo e a frase: "Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é cubana." Algum outro país do Continente merece semelhante cartaz à porta de entrada? A simples menção da palavra Cuba provoca arrepios nos espíritos reacionários. Cobram da Ilha democracia, como se isso que predomina em nossos países -corrupção, nepotismo, malversação- fosse modelo de alguma coisa. Ora, por que não exigem que, primeiro, o governo dos EUA deixe de profanar o Direito internacional e suspenda o bloqueio e feche seu campo de concentração em Guantánamo?

Protesta-se contra os fuzilamentos da Revolução, e faço coro, pois sou contrário à pena de morte. Mas cadê os protestos contra a pena de morte nos EUA e o fuzilamento sumário praticado no Brasil por policiais militares? Cuba é, hoje, o país com maior número de médicos e bailarinos de balé clássico por habitante. E desenvolve um programa para atender, nos próximos 10 anos, 6 milhões de latino-americanos com deficiência visual - gratuitamente. Fidel está recolhido ao hospital. O que acontecerá quando morrer, ele que sobrevive a uma dezena de presidentes dos EUA e a 47 anos de esforços terroristas da CIA para eliminá-lo? O bom humor dos cubanos tem a resposta na ponta da língua: "Como pessoas civilizadas, primeiro trataremos de enterrar o Comandante". Mas será que o socialismo descerá à tumba com o seu caixão? Tudo indica que Cuba prepara-se para o período pós-Fidel. O que não significa que, como esperam os cubanos de Miami, isso ocorrerá em breve. Em novembro, na Universidade de Havana, o líder revolucionário advertiu que a Revolução pode ser vítima de seus próprios erros e deixou no ar uma indagação: "Quando os veteranos desaparecerem, o que fazer e como fazer?"

Às vésperas de seu aniversário, a 13 de agosto, Fidel já começa a expressar seu testamento politico. A maioria dos membros do Birô Político do Partido Comunista tem de 40 a 50 anos, e cada vez mais jovens são chamados a ocupar funções estratégicas. Como 70% da população nasceu no período revolucionário, não há indícios de anseio popular pela volta ao capitalismo. Cuba não quer como futuro o presente de tantas nações latino-americanas, onde a opulência convive com o narcotráfico, a miséria, o desemprego e o sucateamento da saúde e da educação.

Feliz idade e pronta recuperação, Comandante."
por Frei Betto, teólogo e escritor brasileiro, publicado em Voltairenet.org

sábado, 12 de agosto de 2006

A LUTA PELA LIBERDADE



Duzentas prisões. Penas que ultrapassaram, no total, mais de 200 anos. Cerca de trezentos dias de tortura de sono. Na frieza dos números, retratada, está uma das faces da violenta repressão que se abateu sobre o povo do Couço, entre o ano de 1933 e a alvorada libertadora de Abril. Comportam, em si, histórias de sofrimento e dor.

Mas também de coragem. Coragem sem limites, de entrega, firmeza e lealdade. As motivações para tamanha dedicação e heroísmo são conhecidas. Só uma grande causa, como a da luta por uma sociedade sem exploradores nem explorados, tem esse poder mobilizador. Foram esses ideais de liberdade e justiça social, sempre presentes, que marcaram o tempo e o ritmo das lutas. Como presente esteve também, em todos os momentos, dinamizando-as e dirigindo-as, o Partido Comunista Português.

Afirmando a sua dignidade, na primeira linha de todas as acções de luta, lá estiveram, onde era necessário, as mulheres. Mulheres que foram um exemplo da resistência. Também elas foram torturadas. E sabiam, sobretudo, como dizia um dos painéis presentes na exposição, que estas eram também lutas pela sua emancipação.

"As mulheres do Couço - recordou Maria Rosa Viseu, ela própria também presa e torturada, na intervenção que proferiu no acto de lançamento da primeira pedra ao monumento de homenagem ao povo de Couço - nunca pouparam esforços. Tiveram sempre ao lado dos homens na luta; deram o seu contributo pela conquista de direitos; lutaram nas praças de jorna, nas lutas das oito horas, nas lutas para a formação de um sindicato que nos defendesse, nas lutas contra as burlas eleitorais, nas lutas das malditas prisões, e, nas horas amargas da tortura, estiveram sempre, sempre ao lado dos homens, seus companheiros".

O camarada João Camilo, que conheceu as masmorras fascistas por nove vezes, num total de 14 anos de prisão, deu-nos um testemunho sobre o comportamento dos comunistas na prisão. Fala por si: estava-se em 1958, na sequência da vaga de prisões que atirou para as cadeias mais de uma centena de homens do Couço e cerca de meia centena de Montemor-o-Novo. Depois de barbaramente torturado, Farrica - assim se chamava o militante comunista que protagonizou esta história -, volta à cela, com o corpo amassado, todo ensanguentado. Pede para falar com João Camilo, a quem quer transmitir uma mensagem. "Se continuarem a bater-me assim - afirmou - eu morro. Mas informa o Partido que nem sequer conseguiram fazer-me despir o casaco!".

Do AVANTE, por indicação da DRELLA



sexta-feira, 11 de agosto de 2006


Nicolás Guillen


No me dan pena los burgueses vencidos.
Y cuando pienso que van a dar me pena,
aprieto bien los dientes, y cierro bien los ojos.
Pienso en mis largos días sin zapatos ni rosas,
pienso en mis largos días sin sombrero ni nubes,
pienso en mis largos días sin camisa ni sueños,
pienso en mis largos días con mi piel prohibida,
pienso en mis largos días Y
No pase, por favor, esto es un club.
La nómina está llena.
No hay pieza en el hotel.
El señor ha salido.
Se busca una muchacha.
Fraude en las elecciones.
Gran baile para ciegos.
Cayó el premio mayor en Santa Clara.
Tómbola para huérfanos.
El caballero está en París.
La señora marquesa no recibe.
En fin Y
Que todo lo recuerdo y como todo lo recuerdo,
¿qué carajo me pide usted que haga?
Además, pregúnteles,
estoy seguro de que también
recuerdan ellos.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

A raiva retira-lhes o verniz democrático

João Carlos Ferraz Espinho ficou zangado com um comentário que produzi em resposta a um seu comentário neste blogue e passou a privilegiar-me com a sua atenção. A tal ponto que, zeloso, descobriu e logo tratou de divulgar - o que agradeço! - como se fosse crime, uma mensagem de solidariedade que enviei ao povo cubano.
"Pedro Namora escreve no Granma (órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba) a seguinte mensagem:
" Queridos camaradas,Soy militante del Partido Comunista Portugués y amo profundamente la Revolución Cubana, patrimonio indestructible de la Humanidad. Quiero, en mi nombre y en este de mi familia, desear la lista recuperación de nuestro Comandante Fidel Castro. Quiero, también, garantizar que somos muchos millares lo que, en Portugal, estamos listos para defender a Cuba contra los nazis conducidos por esta siniestra figura de nombre Bush. ¡La lucha continua!¡Viva la Revolución Cubana!José Pedro Namora "
Está na hora de fazer uma subscrição pública. O bilhete de ida até nem deve ser muito caro. Ou será que PN vai voluntariamente para a ilha dos seus encantos? "
Assim se vê como são democratas estes meninos. E este trauliteiro é deputado municipal do PSD em Beja. Imagine-se o nível dos restantes… Fossem outros os tempos e lá estaria eu nas mãos dos esbirros que na altura não necessitavam de realizar subscrições públicas.
A luta continua! CUBA vencerá!

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Contra a mentira da SIC-CIA

Esta madrugada, das 5h00 às 6h00, a SIC Notícias passou uma reportagem ignóbil sobre Fidel Castro. Já nem se cuidam minimamente: anunciada sob o nome pomposo de “Toda a Verdade”, a patranha evidenciava, claramente, ter sido cozinhada - mal, muito mal mesmo - pela CIA.
Esta gentinha não tem vergonha. Em desespero de causa, são incapazes de fazer um trabalho sério sobre os problemas existentes em CUBA e optam por passar propaganda pútrida elaborada pelos maiores facínoras do planeta.
Eis a natureza da imprensa dita livre e democrática ao serviço do capitalismo e do terrorismo de Estado. Por que atacam o comandante Fidel? Pelo que representa para milhões de seres humanos em todo o mundo. Pelo que defende corajosamente:

“Queremos un mundo sin hegemonismos, sin armas nucleares, sin intervencionismos, sin racismo, sin odios nacionales ni religiosos, sin ultrajes a la soberanía de ningún país, con respeto a la independencia y a la libre determinación de los pueblos, sin modelos universales que no consideran para nada las tradiciones y la cultura de todos los componentes de la humanidad, sin crueles bloqueos que matan a hombres, mujeres y niños, jóvenes y ancianos, como bombas atómicas silenciosas. Queremos un mundo de paz, justicia y dignidad, en el que todos, sin excepción alguna, tengan derecho al bienestar y a la vida.”
(Comandante FIDEL CASTRO , na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 22/10/05 )

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Solidariedade com CUBA


Ante esta amenaza creciente contra la integridad de una nación, la paz y la seguridad en América Latina y el mundo, los abajo firmantes exigimos que el gobierno de los Estados Unidos respete la soberanía de Cuba. Debemos impedir a toda costa una nueva agresión.

José Saramago, Portugal; Wole Soyinka, Nigeria; Adolfo Pérez Esquivel, Argentina; Dario Fo, Italia; Desmond Tutu, Sudáfrica; Rigoberta Menchú, Guatemala; Nadine Gordimer, Sudáfrica; Zhores Alfiorov, Rusia; Noam Chomsky, EEUU; Oscar Niemeyer, Brasil; Harry Belafonte, EEUU; Mario Benedetti, Uruguay; Ignacio Ramonet, España-Francia; Danny Glover, EEUU; Samir Amin, Egipto; Alfonso Sastre, España; Francois Houtart, Bélgica; Eduardo Galeano, Uruguay; Juan Gelman, Argentina; Frei Betto, Brasil; Pablo González Casanova, México; Russell Banks, EEUU; Bernard Cassen, Francia; Ernesto Cardenal, Nicaragua; Angela Davis, EEUU; Ariel Dorfman, Chile; Tom Morello, EEUU; Walter Salles, Brasil; Manu Chao, Francia; Blanca Chancosa, Ecuador; Egberto Gismonti, Brasil; Andrés Gómez, Cuba; Alice Walker, EEUU; István Mészáros, Hungría; Fredric Jameson, EEUU; Pedro Casaldáliga, Brasil; Franz Hinkelammert, Alemania; Joao Pedro Stedile, Brasil; Jorge Enrique Adoum, Ecuador; Fernando Birri, Argentina; Leonardo Boff, Brasil; David Viñas, Argentina; Emilio Carballido, México; José Luiz del Roio, Italia; Hebe de Bonafini, Argentina; Thiago de Mello, Brasil; Eugenio Barba, Italia-Dinamarca; Amiri Baraka, EEUU; Pedro Rivera, Panamá; Amina Baraka, EEUU; Boaventura de Sousa Santos, Portugal; Armand Mattelart, Bélgica; William Blum, EEUU; Miguel Bonasso, Argentina; Chico Whitaker, Brasil; María Rojo, México; Idea Vilariño, Uruguay; Belén Gopegui, España; Diamela Eltit, Chile; Atilio Borón, Argentina; Luciana Castellina, Italia; Ramsey Clark, EEUU; Luis Britto García, Venezuela; Stephen Rivers, EEUU; Miguel D’Escoto, Nicaragua; Stella Calloni, Argentina; Emir Sader, Brasil; Daniel Viglietti, Uruguay; Lucius Walker, EEUU; Piero Gleijeses, Italia-EEUU; James D. Cockcroft, EEUU; Aníbal Quijano, Perú; Theotonio dos Santos, Brasil; Pablo Guayasamín, Ecuador; Leonard Weinglass, EEUU; Susu Pecoraro, Argentina; Francisco de Oliveira, Brasil; Graciela Duffau, Argentina; Fernando Rendón, Colombia; Luis Sepúlveda, Chile; Andy Spann, EEUU; Hildebrando Pérez Grande, Perú; Fernando Pino Solanas, Argentina; Santiago García, Colombia; Michael Löwy, Brasil; Juan Manuel Roca, Colombia; Pascual Serrano, España; León Rozitchner, Argentina; Jorge Rufinelli, Uruguay; Franca Rame, Italia; Alfredo Vera, Ecuador; Patricia Ariza, Colombia; Leslie Cagan, EEUU; Noé Jitrik, Argentina; Tununa Mercado, Argentina; Eric Nepomuceno, Brasil; James Petras, EEUU; Keith Ellis, Jamaica- Canadá; Tristán Bauer, Argentina; Ferreira Gullar, Brasil; Marco Martos, Perú; Lorgio Vaca, Bolivia; Eric Toussaint, Bélgica; Georges Labica, Francia; Octavio Getino, Argentina; Richard Levins, EEUU; Martin Almada, Paraguay; Elmar Alvater, Alemania; Roberto Montoya, Argentina; Víctor Heredia, Argentina; Víctor Víctor, R. Dominicana; Tomás Borge, Nicaragua; Eva Forest, España; Michele Mattelart, Francia; Leticia Spiller, Brasil; Javier Couso, España; Fernando Suárez, México; Salim Lamrani, Francia; Montserrat Ponsa, España; Jean Pascal Van Ypersele, Bélgica; Verenice Guayasamín, Ecuador; Marilia Guimarães, Brasil; Gioconda Belli, Nicaragua; Tarek Williams Saab, Venezuela; Isidora Aguirre, Chile; Suzy Castor, Haití; Claribel Alegría, El Salvador; Andrés Sorel, España; Ann Sparanese, EEUU; Denisse Stoklos, Brasil; Alessandra Riccio, Italia; Carlos Fernández Liria, España; Alex Cox, Reino Unido; Michel Collon, Bélgica; Danny Rivera, Puerto Rico; Tato Pavlovsky, Argentina; Román Chalbaud, Venezuela; James Early, EEUU; Jean Brigmont, Bélgica; Anthony Arnove, EEUU; Carlo Frabetti, Italia-España; Fernando Buttazoni, Uruguay; Fernando Morais, Brasil; Ramón Chao, España-Francia; Silvio Tendler, Brasil; Hanan Awwad, Palestina; Orlando Senna, Brasil; Saul Landau, EEUU; Francisco Jarauta, España; Adolfo Colombres, Argentina; Roberto Amaral, Brasil; Pilar del Río, España; Fernando Ainsa, Uruguay; Alcira Argumedo, Argentina; Carmen Bohorquez, Venezuela; Steve Williams, EEUU; Hernando Calvo Ospina, Colombia-Francia; Gilberto López y Rivas, México; Juan Carlos Camaño, Argentina; Michael Parenti, EEUU; Marta Palau, México; Italo Ordóñez, Ecuador; Gloria la Riva, EEUU; Francisco Villa, Chile; Gennaro Carotenuto, Italia; Edward Sanders, EEUU; Ersi Sotiropulos, Grecia; Constantino Bértolo, España; Manuel Cabieses, Chile; Jose A. De Frietas (Tunai), Brasil; Thelva Nava, México; Hugo Urquijo, Argentina; Isaura Navarro, España; Cecilia Conde, Brasil; Igor Jinkings, Brasil; Iosu Perales Arretxe, País Vasco; Issa Makhlouf, Líbano; Marcos Roitman, España; Héctor Díaz Polanco, R. Dominicana; Antonio Maira, España; Arturo Andrés Roig, Argentina; Roy Brown, Puerto Rico; Al Campbell, EEUU; Luisa Vicioso, R. Dominicana; Carlos Fazio, Uruguay; Luciano Vasapollo, Italia; John Beverley, EEUU; Carlos Varea, España; Víctor Flores Olea, México; Hassan El Ouazanni, Marruecos; Jitendra Sharma, India; José Mulligan, Nicaragua; Beto Almeida, Brasil; Juan Madrid, España; Sonja de Vries, EEUU; Red Ronnie, Italia; Juan Kalvellido, España; Miguel Urbano, Portugal; Nora de Izcue, Perú; Raúl Pérez Torres, Ecuador; Santiago Alba Rico, España; José Steinsleger, México; Setsuko Ono, Japón-EEUU; Susan Willis, EEUU; Vicente Romano, España; Néstor Kohan, Argentina; Pedro de Castro Amaral, Brasil; Angeles Maestro, España; Vicente Battista, Argentina; Stefania Mosca, Venezuela; Clifton Ross, EEUU; Zlatko Krasni, Serbia; Wim Dierckxsens, Costa Rica; Sérgio Saboya, Brasil; Claudio Katz, Argentina; Luciano Alzaga, Argentina; Corium Aharoniam, Uruguay; Donatella Mészáros, Italia; Carol Cross, EEUU; Raly Barrionuevo, Argentina; Kali Akuno, EEUU; Gloria Berrocal, España; Rodolfo Livingston, Argentina; Remy Herrera, Francia; Mano Melo, Brasil; Irene Amador, España; Paul Emile Dupret, Bélgica; Jaime Losada, España; Marcelo Resende, Brasil; Pablo Marcano García, Puerto Rico; Miguel Martín Ayllón, España; José C. Rovira, España; Alvaro Castillo Granada, Colombia, Natalia Toledo, México; Consuelo Sánchez, México; José Heleno Rotta, Brasil; Shirley Pate, EEUU; Gerardo Cerdas Vega, Costa Rica; Carlos Marés, Brasil; Clarisse Chiappini Casthilos, Brasil; Michael S. Smith, EEUU; José Luis Tagliaferro, Argentina-Italia; Claude Marks, EEUU; Iñaki Errazkin, España; Eduardo Ebendinger, Brasil; León Ferrari, Argentina; Guy Bajoit, Bélgica; Lia Sessy, Italia; Ricardo Antunes, Brasil; María Toledano, España; Robert Franck, Bélgica; Verena Graf, Suiza; Eva Björklund, Suecia; Raúl Vallejo, Ecuador; Eduardo Guimarães, Brasil; Aitana Alberti, Argentina-Cuba; Sara Rosemberg, Argentina; Beatriz Bissio, Brasil; Bert de Belder, Bélgica; Jaime Mejía Duque, Colombia; Jane Franklin, EEUU; Alicia Hermida, España; Ana Esther Ceceña, México; Angel Parra, Chile; Branca Eloysa P. Ferreira, Brasil; Dionne Brand, Canadá; Sergio J. Dos Santos França, Brasil; Lêdo Ivo, Brasil; Rosario Murillo, Nicaragua; José Antonio Barroso Toledo, España; Christine Fayart, Bélgica; Caique Botkay, Brasil; Angelica Malinarich-Dorfman, Chile; Manuel Fernández-Cuesta, España; Sidnei Liberal, Brasil; Carlos Takeshi, Brasil; Jean Pestiaux, Bélgica; Aderbal Ashogun, Brasil; Carlos Baron, Chile; Alejandro Moreano, Ecuador; Hans-Otto Dill, Alemania; Carmem Regina de Vargas, Brasil; Richard Becker, EEUU; David Lagmanovich, Argentina; Carmen Vargas, Brasil; Jean Philippe Peemans, Bélgica; Aderbal Moreira Costa, Brasil; Claudia Korol, Argentina; Teodoro Buarque de Hollanda, Brasil; Enrique Dacal, Argentina; Célia Ravero, Brasil; Nico Hirft, Bélgica; Andrea Duffour, Suiza; Ana Tendler, Brasil; Carolina Virguez, Colombia; Terezinha Lameira, Brasil; Juan Carlos Volnovich, Argentina; Clarissa Matheus, Brasil; Hugo Achugar, Uruguay; Michael Steven Smith, EEUU; Nicolas Bardos, Bélgica; Anisio Palhano P. Ferreira, Brasil; Vera Malaguiti, Brasil; Danielle Bleitrach, Francia; Rafael Spregelbud, Argentina; Augusto Boal, Brasil; Bob Stone, EEUU; Pierre Beaudet, Bélgica; Clarisse Mantuano, Brasil; Vivaldo Franco, Brasil; Claufe Rodrigues, Brasil; Alicia Jrapcko, EEUU; Waldir Leite, Brasil; Dácio Malta, Brasil; Anne Waldmann, EEUU; Danon Lacerda, Brasil; Betsy Bowman, EEUU; Denise Fraga, Brasil; Bryan Becker, EEUU; Echaterina Brasileiro, Brasil; Joy Harjo, EEUU; Jorge Fons, México; Emilio Mira y Lopez, Brasil; Fábio Basilone, Brasil; Mary Louise Pratt, EEUU; Andrés Linares, España; Geraldo Moreira, Brasil; Angeles Diez Rodríguez, España; Ana Lydia Vega, Puerto Rico; Susana Fiorito, Argentina; Joseph Mutti, EEUU; Haroldo Costa, Brasil; Margot Pepper, EEUU; Isadora Jinkings, Brasil; Carlos Tena, España; Andrés Ordoñez, México; Ivair Itagiba, Brasil; David Acera Rodríguez, España; Ivana Jinkings, Brasil; Eduardo Hernández Fernández, España; Jalusa Barcelos, Brasil; Iñaki Markiegi, España; Jaqueline da Silva, Brasil; Jorge Lopez Ave, España; Jesús Chediak, Brasil; Justo Carracedo, España; Jean Portante, Luxemburgo; José Vicente Tavares dos Santos, Brasil; José Braga, Brasil; Jussara Freire, Brasil; Miguel Riera Montesinos, España; Leila Jinkings, Brasil; Pepe Mejía, España; Luis Carlos Cseko, Brasil; Alain Ruscio, Francia; Mãe Beata de Yemoja, Brasil; Susana Vellegia, Argentina; Marcello Guimaraes, Brasil; Beatriz Stolowicz, México; Marcellus Machado, Brasil; Horacio Verzi, Uruguay; Elvira Concheiro, México; Mário Augusto Jakobskind, Brasil; Luciano Concheiro, México; Isabel-Clara Simó, España; Xavier Dalfó, España; Michele Victer, Brasil; Monique Lemaitre, México; Miwa Saboya, Brasil; Natalia Toledo, México; Nilo Batista, Brasil; Hane Haga, Noruega; Olny de Freitas, Brasil; Clemente Padín, Uruguay; Raymundo de Oliveira, Brasil; Hernán Rivera Letelier, Chile; Quintín Cabrera, Uruguay; Regina Libonati, Brasil; Douglas Bohórquez, Venezuela; Zezé Sack, Brasil; Catherine Murphy, EEUU; Maximilien Laroche, Haití; Hiber Conteris,Uruguay; Joao Ubaldo Ribeiro, Brasil; Marita Fornaro, Uruguay; Graciela Paraskevaidis, Uruguay; Rafael Aponte Ledée, Puerto Rico; Daisy Zamora, Nicaragua; Mauricio Kartun, Argentina; Cecilia Boal, Brasil; C. K. Otead, Nueva Zelanda; Chiranan Pritpeecha, Tailandia; Gerhard Falkner, Alemania; Quincy Troupe, EEUU; Neshe Yashin, Chipre; Koulsy Lamko, Chad; Nicole Cage Florentiny, Martinica ; Leslee Lee, Perú; Andrés Rivera, Argentina; Juan Cristóbal, Perú; Frèdèric Debuyst, Bélgica; Jean Claude Fritz, Francia; Gérard Fritz, Francia; Jacques Bidet, Bélgica; Milagros Rivera, Puerto Rico; Katalina Montero, EEUU; Luis Fernando Eyerbe, Argentina-Brasil; Daniel Veronese, Argentina; Pat Murphy, EEUU Kendell Hoppolyte, Santa Lucía; Breyten Breytenbach, Sudáfrica; Ingibjörg Haraldsdóttir, Islandia; Clara Algranati, Argentina; José Seoane, Argentina; David Franco Monthiel, España.

A luta continua




Obrigado, Comandante!



" En el trayecto desde el aeropuerto de La Habana al centro de la ciudad hay una pancarta con el retrato de una niña sonriendo y la frase: "Esta noche 200 millones de niños dormirán en las calles del mundo. Ninguno de ellos es cubano". ¿Algún otro país del continente podría exhibir semejante anuncio a la mera puerta de entrada?"
(Frei Betto)

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

O plano criminoso do facínora Bush

Em Maio de 2004, os criminosos de Washington, liderados por Bush, revelaram publicamente um enorme relatório de 454 páginas destinado a derrubar o governo cubano.
No dia 10 de Julho de 2006, insatisfeito com os resultados entretanto obtidos, Bush aprovou um novo relatório com 93 páginas, dirigido pela presidente da CAFC (Commission for Assistance to a Free Cuba), e actual secretária de Estado, a cruel Condolezza Rice.
No plano, que visa subverter as instituições cubanas e onde se prevê o prazo de 18 meses para provocar em Cuba um golpe de Estado, trabalharam cerca de 100 pessoas pertencentes a 17 departamentos e agências federais.
Contendo sete capítulos, este plano dispõe de um orçamento total de 80 milhões de dólares para 2007 e 2008. Estes fundos são repartidos da forma seguinte:
a) 31 milhões de dólares para financiar a oposição interna; b) 10 milhões de dólares para actividades de pressão nas universidades; c) 24 milhões de dólares para alargar a propaganda contra a Ilha; d) 15 milhões de dólares para levar a comunidade internacional a aderir ao plano de ocupação de Cuba.

Além destas verbas, o relatório prevê um financiamento adicional de, pelo menos, 20 milhões de dólares anuais “até que a ditadura cesse de existir”. Este mafioso plano contém ainda um anexo secreto relativo aos meios militares e paramilitares adstritos ao objectivo de destruir a revolução cubana. Sabendo-se que Bush tem patrocinado o terrorismo internacional, de que é expoente, na versão anticubana, o canalha Posada Carrilles, imagine-se a quanto não ascenderá o montante investido por estes canalhas.
Não admira pois que Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia nacional cubana tenha avisado de forma claro os traidores: se aceitarem conspirar com Washington, recebendo os respectivos emolumentos para trair a pátria, receberão as devidas consequências.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

CUBA VENCERÁ!

Fídel Castro tem sido tratado, nos media ocidentais, como um ditador. Sabendo-se que a generalidade dos órgãos de comunicação social é propriedade de capitalistas, tal designação não pode deixar de ser tida como o mais elogioso dos predicados. Porque a verdade é esta: canalhas que toda a vida orientaram as respectivas condutas determinados apenas pela obtenção do lucro máximo; miseráveis que durante décadas deram cobertura aos maiores ditadores da História, que continuam a silenciar - interessados e coniventes - os monstruosos crimes do capitalismo, não possuem legitimidade para se pronunciarem sobre um homem honrado, digno, coerente e corajoso.
A verdade é outra: Fidel Castro demonstrou, com a sua conduta irrepreensível e em conjunto com o povo a que pertence e que nele identifica um herói imortal, que “sobre a dignidade pode construir-se um mundo”. Diferentemente dos canalhas que por esse mundo ostentam o poder mascarados de democratas – sempre governando contra o povo que na tomada de posse juram defender – Fídel e os cubanos que com ele têm lutado, sempre agiram de forma honrada e séria, assumindo frontal e corajosamente a luta contra o maior flagelo da história da Humanidade: o capitalismo.
Não admira, pois, que atraiam os ódios mais diversificados: desde a camarilha mafiosa, de origem cubana, que a partir de Miami e com a complacência criminosa de diversas administrações norte americanas, têm repetidamente desenvolvidos acções terroristas estudadas nas academias dos EUA, até aos escribas que subservientes reproduzem, pelo mundo, a voz do dono, todos se babam de raiva.
O que eles não fazem, contudo, é olhar a realidade, porque lhes dói a verdade. Ditador, Fidel? Vamos a alguns factos:
Antes da revolução cubana, o analfabetismo atingia a esmagadora maioria da população. Em 27 de Abril de 1952, a revista Bohemia publicava uma taxa de mortalidade infantil, em Cuba, de 118 para cada mil nados vivos. Repito, 118! Dados de 23 de Julho de 2006, referem que a mortalidade infantil em Cuba foi de 5,56 para cada mil nados vivos. Mas em Havana, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil é de 4,5 para cada mil nascidos vivos.
Antes da revolução, em 1955, a estimativa de vida em Cuba ao nascer, era de 59,6 anos e nos países desenvolvidos cerca de 66,1 anos, quer dizer, 6,5 anos mais. Actualmente, os nascidos em Cuba têm uma esperança de vida de 77 anos. De facto, como referiu recentemente Fidel Castro, “é uma violação muito cruel dos direitos humanos e um imperdoável crime que na Cuba bloqueada, as perspectivas de vida sejam 1,2 anos superiores do que na média dos países desenvolvidos”. Há países em África - países capitalistas assinale-se -, onde actualmente a esperança de vida ao nascer atinge apenas os 38 ou 39 anos.
Cuba possui hoje o maior índice de médicos per capita do mundo, o que permite que o país se desdobre em missões de solidariedade por 77 países, onde se encontram 28600 trabalhadores de saúde, 22000 dos quais médicos. Enquanto a África subsaariana, com quase 700 milhões de habitantes, possui apenas 50 mil médicos, Cuba, com 11,2 milhões possui mais de 70 mil e nas faculdades de medicina cubanas estudam milhares de alunos do Terceiro Mundo, além dos 20 mil cubanos. Tudo isto sem gastarem um único centavo.
O povo cubano é um povo culto e participativo Discute e intervém na vida política e social. Já não é, como referiu Fidel em Julho deste ano, “o povo da era do capitalismo que não podia compreender nada disso. Morriam e não sabiam ler nem escrever, não existia a televisão, ninguém informava; hoje em muitos países do mundo o único que escutam é publicidade”.
Se existissem outros “ditadores” como Fidel, mais de dez milhões de crianças sobreviveriam anualmente, por receberem os cuidados médicos e alimentares adequados. Mas que vale isto para os que cultivam o capitalismo? Que pode isto contra o fino corte dos fatos e a alta cilindrada dos motores que ostentam?
Cada dia me convenço mais de que não pode haver progresso social nem futuro no capitalismo. Por onde a nossa vista alcança, só se vê miséria e desgraça para a generalidade do povo, enquanto uma minoria privilegiada engorda e progride alheia a tudo.
Admiro e respeito profundamente o Comandante Fidel Castro e o povo cubano O seu exemplo de dignidade, heroísmo e resistência é património da humanidade. Por mais que isso desagrade aos senhores do dinheiro, Cuba vencerá!