segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A corja

Enquanto os jornalistas do sistema se divertem com a morte de um dirigente da Coreia do Norte, que se fosse rei mereceria dos mesmos os melhores encómios, o país vai soçobrando desgovernado por um bando de malfeitores. Aduladores profissionais, sofistas bem pagos e indiferentes à sorte de um povo confrontado com uma corja de vigaristas ressabiados com o 25 de Abril e descendente de fascistas, pides e bufos, competem para ver quem escreve a piada mais boçal sobre um morto.

Entretanto, a direita ultraliberal aplica o programa económico do governo de Pinochet, arrasa direitos, faz recuar o país para os tempos negros do fascismo, mata qualquer réstea de esperança. E não há um só desses lacaios capaz de apontar a evidência: não temos governo, estamos sitiados por um gangue, uma seita de ladrões.

Basta pensar na evidência: se cada um dos membros da organização de Passos Coelho ganhava, antes de desempenhar as ministeriais funções, centenas de milhar de euros por ano - e conhecendo-se a sua gula por dinheiro - a que título aceitariam ir para o governo ganhar o que eles próprios consideram a "módica" retribuição de ministro? 

Patriotas não são, como bem se alcança pela vergonhosa submissão à troika. Logo, só há uma resposta: a módica remuneração esconde, prestativa, a choruda corrupção. E nisto reside a governação capitalista; à vez, ps/psd e cds abocanham a riqueza do povo, servem-se e às respectivas clientelas. quando o roubo alastra e caem podres de ricos, os irmãos gémeos com nomeação diferente, ocupam os lugares e continua a festa.