O 25 de Abril foi há 36 anos. E no entanto, persiste na sociedade portuguesa uma impressionante manada de cobardes. Não se trata de ter medo, algo de que todos padecemos e tentamos, com maior ou menor êxito e consoante as circunstâncias, ultrapassar. Falo dessa porcada que ataca sob anonimato, que intriga, emporcalha, que difama, que guincha impropérios contra quem não suporta olhar nos olhos.
Estou em casa, leio a entrevista de Francisco Lopes ao canal SAPO e é-me difícil conter o vómito. Tanto invertebrado, analfabeto, néscio, aparvalhado a grunhir disparates, a cuspir as entranhas pútridas e tudo sob anonimato.
De quem é a culpa? Bem sei que 48 anos de fascismo deixaram por aí muito desmancho de pide, muita coisa viscosa, repelente. Mas de que serviu, a quem serviu, a educação, o desenvolvimento, os media, a cultura, ao longo destas quase quatro décadas?
Ou será, como defendo cada vez mais convictamente, que estamos pior hoje do que em 1976, quando dois anos de revolução tinham efectivamente transformado este país num lugar único para viver?
Quem usa um instrumento de debate para de forma anónima vomitar alarvidades é um eunuco, uma excrescência e como tal deveria ser privado dos direitos que se concedem aos cidadãos.