quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Terrorismo social

O governo PSD/CDS pratica o terrorismo social tão do agrado de todas as direitas. Precariza vínculos laborais, facilita e promove milhares de despedimentos, retira prestações sociais elementares, caustica os que mais sofrem com o aumento de preços de produtos essenciais,
aumenta as rendas e facilita os despejos, dificulta o acesso ao crédito para aquisição de habitação própria, cerceia o acesso à saúde, educação, justiça e cultura a crescente número de portugueses; rouba e aliena património nacional apostado em imitar o governo do dotador Pinochet.

Enquanto impávido, hipócrita e cruel desenvolve estas malfeitorias, rouba salários e subsídios de férias e de Natal e entrega o produto do seu ofício criminoso aos bancos e especuladores financeiros. Destrói, na senda de Mário Soares e Cavaco Silva, o potencial produtivo nacional e mima com desvelo os empresários de vão de escada.

Se é verdade que adquiriu legitimidade para governar através de eleições - profundamente viciadas por vigaristas que, ao serviço da troika ps/psd/cds, vendem por atacado a banha da cobra do pensamento único - tendo feito dos resultados eleitorais um uso manifestamente reprovável, não só incumprindo o que prometeram como fazendo o que não submeteram a sufrágio, tal legitimidade eclipsou-se rapidamente.

É pois um governo mentiroso, vigarista e ilegítimo, cuja substituição se impõe. Aos que tanto têm resistido à corja governamental, de sindicalistas a estudantes, de gente sem partido aos militantes do PCP, devemos estar gratos. Sem o seu abnegado esforço, sem a sua consequente coragem e sacrifício estaríamos bem pior.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre a moral



"O confronto entre os princípios dos grandes grupos morais tem particular interesse. E este processo (o processo em que Álvaro Cunhal estava a ser julgado) oferece um exemplo vivo dessas divergências e contrastes. entre a defesa e a acusação neste processo chocam-se na verdade dois mundos morais. O nosso dita-nos as seguintes regras: "Não trair os amigos nem quem em nós confiou"; "ser devotado na defesa das próprias ideias"; "sobrepor sempre o bem colectivo à sorte pessoal". Mas, na acusação, na intimidação que está por detrás da acusação, estão implícitas outras regras morais: aquela que indica e incita à traição dos próprios amigos e ideias; aquela que indica e incita a pôr no mercado, como qualquer outra mercadoria, as acções e os princípios. Deixamos para os nossos adversários tais regras morais. A nossa moral é incomparavelmente superior.

Deste processo e deste julgamento sairemos moralmente vitoriosos. Isso nos basta."

Álvaro Cunhal, in Obras Escolhidas, Tomo II, pp 213, ed. Avante!