Sempre que falo contigo, é como se o mundo se abrisse e o espanto das tantas coisas por fazer me impelisse no caminho do futuro. Tu és dos afectos e também pertences, para parafasear Tordo, à tribo que acampa nos meus sonhos. Gosto de ti e da Céu. Gosto do Arestas e do vento quente dos sonhos a que dás alento. Trabalho, tanto trabalho Ricardo. E tudo pelo prazer de veres singrar o que há-de tornar melhor a vida a outros seres humanos. Obrigado por tudo, querido amigo.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
domingo, 12 de agosto de 2007
Contra a especulação
A comunicação social dominante vê no caso Maddie apenas o filão, preferencialmente inesgotável, que lhe permite, diariamente, encher espaço, captar audiências, publicidade e muito dinheiro. Jornais e televisões tratam o assunto de forma miserável, sem curarem de saber e transmitir aos portugueses uma visão séria do problema.
Os pais da criança – cuja negligência grosseira contribuiu decisivamente para a tragédia – já foram vítimas e agora, porque uns cães terão descoberto sangue, passaram a algozes. Se na próxima semana o resultado dos exames laboratoriais indicar que afinal o sangue não pertence à criança, os escribas e jornaleiros terão que forjar novos argumentos e contratar prestativos especialistas, sempre disponíveis para debitar o que a voz do dono pretende ouvir.
A verdade é que para a generalidade da comunicação social a sorte da menina é indiferente. Basta pensar no que sucedeu no processo Casa Pia: depois de fingirem solidariedade com as crianças vitimadas, as televisões e jornais dedicam-se agora a lavar a imagem de arguidos acusados e pronunciados por crimes gravíssimos.
A investigação em curso é necessariamente morosa e difícil. Neste momento a menina pode estar, viva ou morta, em qualquer lugar do planeta. A Polícia Judiciária é, comprovadamente, uma das melhores polícias do género a nível mundial. Apesar de todas as limitações orçamentais e de todos os condicionamentos governamentais. Por que razão foi destruída a equipa que investigou de forma exemplar os pedófilos que atacaram, entre outras, as crianças da Casa Pia de Lisboa? Que tem feito o governo português para consciencializar os portugueses para o drama da pedofilia e do abuso sexual de menores?
Onde está a base de dados com os pedófilos condenados? Que acompanhamento têm após cumprirem as respectivas penas de prisão, sabendo-se que na generalidade dos casos são incuráveis? Onde estão as medidas legislativas que visem efectivamente proteger as vítimas e não transformar Portugal num paraíso para criminosos?