quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Novo Ano: Saudação das FARC-EP





Na habitual saudação de final de ano, as FARC-EP fazem um balanço da situação colombiana, em crise profunda provocada pela oligarquia local, uma das mais sangrentas da América Latina. A resistência colombiana saúda, igualmente, a fundação do Movimento Continental Bolivariano, que consideram expressão de recusa da dominação imperialista daquela zona do planeta.


As forças armadas revolucionárias comprometem-se, de acordo com as expectativas dos povos dilacerados pela miséria, a lutar até ao último alento por uma Nova Colômbia e apelam à unidade das forças revolucionárias e progressistas contra a reeleição do facínora Álvaro Uribe e a invasão dos EUA.



Pode ler a saudação AQUI



 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Felicitações dos cinco heróis cubanos



Boletín del Comité Nacional para la Liberación de los Cinco Cubanos


Un mensaje de Fernando González por el Año Nuevo



Culmina otro año de lucha y por esta vía pretendo comunicarme con el mayor número de ustedes posible. Quiero hacerles llegar mi gratitud por su compañía en esta batalla en la cual ustedes juegan un papel tan importante. Numerosas han sido las muestras de solidaridad y de apoyo a la causa de nuestra liberación que hemos recibido durante el año que despedimos. Doy las gracias a cada uno de ustedes por el esfuerzo realizado y la contribución personal a los logros alcanzados. 


Durante la reciente audiencia en la corte en la que fui resentenciado fue emocionante constatar cuán fuerte es el movimiento de solidaridad con Los Cinco, representado en la sala por un grupo numeroso de amigos y amigas de Estados Unidos y de otros países a quienes les fue posible, no sin esfuerzo y sacrificios, asistir a dicha audiencia.

Recibimos el año nuevo con las fuerzas renovadas para continuar en la batalla por la verdad y la justicia, y con la confianza proporcionada por el saber que ustedes están a nuestro lado y que no cejarán en el empeño de que se nos conceda la libertad y se nos permita el regreso a la patria.

A todos ustedes, en cada país en el que se encuentren y desde donde contribuyan a lograr esos objetivos, mi más profunda gratitud y mis deseos de un Feliz Año Nuevo. Que sea el 2010 otro año de victorias.



¡Feliz Año Nuevo!
¡Venceremos!

Fernando González Llort
F.D.C. Miami

 


Felicidades de Gerardo Hernández





A usted y a todas nuestras hermanas y hermanos del Comité Nacional para la Liberación de los Cinco Cubanos, les deseamos unas felices fiestas y un 2010 lleno de paz y éxitos. También les expresamos nuestros más profundos sentimientos de aprecio por su continua solidaridad y continuo apoyo. ¡Muchas Gracias Herman@s! Con amor, en nombre de los Cinco y de nuestras familias.


Gerardo Hernández Nordelo

¡Felicidades en el 51 Aniversario de la Revolución Cubana! 




Un mensaje y poema de Antonio Guerrero


Queridos amigos,


Con estos poemas deseo reiterarles que nosotros, los Cinco, nos sentimos profundamente conmovidos y agradecidos por la solidaridad permanente que ustedes nos brindan, lo que es tan crucial en esta larga batalla por la justicia.


Continuaremos, junto con ustedes, hasta la victoria final, la cual solo será alcanzada con el retorno de nosotros a la Patria. Saludos a todos nuestros amigos, con un gran abrazo fraternal de los Cinco. ¡FELIZ AÑO NEUVO 2010! Nuestros mejores deseos para todos. ¡VENCEREMOS!


Antonio Guerrero Rodríguez , 23 de diciembre de 2009, FDC Miami


¡Habrá más poesía!



¡Habrá más poesía!
Porque nuestra razón
Es ola gigantezca,
Es corcel volador;

Porque sobre los muros
Del tiempo y la prisión
Yo puedo contemplar
Como brota una flor;

Porque en la lejanía,
A solas, mi dolor
Se transforma en un ave
Trinando una canción;

Porque aún yo conservo
El perfume y color
De la breve mañana
De mi último adios;

Porque más que importarme
Lo que pueda hacer Dios,
A mi me tiene vivo
Lo que hagamos tú y yo;

Porque como un murmullo,
Cómo un volcán con voz
Se eleva, crece y arde
En mi la inspiración;

Porque sin libertad
Yo tengo algo mejor
Que agita las ideas
Del alma al corazón,

Que en la lidia de luz
Me hace ser vencedor;
Yo tengo lo que engendra
La armonía: ¡Tengo Amor!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Natal

"O Natal já foi ?", perguntou a voz sumida no fundo do antro de papelão molhado. O menino estacou surpreso, desconcertado. Apertou mais a mão do pai. "O Natal é uma merda bem cheirosa!", volveu a voz. O adulto fez tenção de acelerar o passo, temendo que o usual avolumar do vernáculo por aquelas bandas ferisse os tímpanos infantis.
Mas o menino nem se mexeu e quando, por fim, lobrigou os desgrenhados cabelos, a barba imensa, a tez escurecida, puxou o pai com o olhar suplicante. "Está ali um avô, pai e acho que tem fome". O adulto ainda argumentou o trivial, mas a crinça manteve-se impassível. "Aquele avô tem fome, papá, dá-lhe dinheiro para a comida".
Vencendo a custo o rio de mijo, agarrou a nota pela ponta e lançou-a para a mão suja. De seguida afastou-se com medo do contágio da pobreza, do cheiro imundo, da sarna social em que a artéria lisboeta se tornara. Entrou no Centro comercial a abarrotar de "Promoções a 70%" e o benuron das luzes, a magia da abundância, apagou-lhe qualquer resquício do que se passara.
Só o menino se mantinha cabisbaixo, absorto, estranhamente triste, distante. Ainda tentou resgatá-lo com o suborno de um gelado mas a recusa firme do infante demoveu-o rapidamente. "Está com a mosca,  mas isto passa-lhe", pensou satisfeito sem desgrudar o olhar da agência que promovia viagens fabulosas. Pudesse ver-se ao espelho e o reluzir do olhar com que antevia as paradisíacas praias, ofuscá-lo-ia.
Esqueceu o menino e deambulou pelo espaço comercial maquinalmente, arrastando a criança pela trela da mão pequenina, alheio a tudo.
No regresso, a mesma rua suja, o mesmo cheiro nauseabundo, o mesmo papelão encardido. Mas o adulto,  domado pela indiferença não viu nada. Nem sentiu a crescente agitação da criança. "Vês, pai, já foi comer..."
E foi então que acordou. Olhou o filho e não conseguiu recordar-se de o ver antes tão feliz. 
Lágrimas pesadas inundaram-lhe o rosto. Recuou 40 anos e viu-se pequenino, puxado pela mão áspera da mãe, as mesas dos restaurantes pejadas de gente com Natal e a voz angustiada, suplicando " Dê-me uma esmolinha, o meu filho tem fome". 
O eco tenebroso chicoteou-o até à exaustão: o "Tenha paciência!" da recusa associado, por vezes, a umas pernas de sapateira ou umas quantas gambas cozidas, mas sempre enxotados pelos ricaços até terminarem, mãe e filho num qualquer antro da cidade.
Definitivamente, o Natal ainda não foi.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Por que será?

As vítimas do processo Casa Pia e o seu incomensurável sofrimento, quando os crimes foram denunciados e apenas se falava do arguido Carlos Silvino, foram usadas pelo berloque de esquerda, sempre disponível para os holofotes mediáticos. Era o tempo do berloque se fingir solidário.

Contudo, a descoberta de novos arguidos e da rede pedófila cedo transformou os principais dirigentes do be, Louçã, Fernando Rosas e, sobretudo um invertebrado de nome Daniel Oliveira, nos melhores difamadores da investigação criminal e de quantos ousaram defender as vítimas.
A que se deverá tanto zelo? Em que factos se funda tanta raiva?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Exemplo de coragem


O palhaço

2009-12-14, Jornal de Notícias


O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. 
O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si.
O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. 
Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. 
O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha.
O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. 
O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. 
O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. 
E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria.
E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Contra os negreiros



Acabei de reler "A Cabana do Pai Tomás", de Harriet Beecher Stowe, impressionante denúncia da escravatura e deparei com um post num dos melhores blogues que conheço, o Cantigueiro, que traduz exactamente o que penso.

Grande parte dos nossos empresários, se pudesse, repunha o esclavagismo. Nada de liberdade para quem trabalha, vida própria nem pensar, salário apenas o estritamente necessário para sobreviver e sobretudo a cosificação dos trabalhadores.


A CIP, cujos membros gastam em amendoins o que um trabalhador médio não ganha, para sustentar a família em décadas de esforçado trabalho, acha que 25 euros de aumento no salário mínimo, é muito.


Por este exemplo, corriqueiro, também se vê a índole dos bichos... Pudessem eles e aos trabalhadores caberia pagar ao patronato a benção de lhes produzirem a riqueza. Como são um bando de gente de bem, não assumem a herança dos negreiros, mas por outras palavras e fingidas atitudes, não passam de esclavagistas modernaços, dispostos a tudo.


Tanta falência fraudulenta, tantos Mercedes e BMW, tanto subsídio a fundo perdido, tanto trabalho infantil, tantos trabalhadores sem direitos elementares, e os barões só pensam em condenar quem trabalha a uma existência pejada de miséria.


Agora, volta a fala gasta da necessidade de limitar salários. E quem isto defende - Constâncio, Catroga, Mira Amaral e afins - aufere salários milionários e é absolutamente responsável pelo estado de ruptura a que o país chegou.


Seria bom saber-se onde moram e como vivem estes nababos com pedras no lugar do coração: E por cada despedimento, por cada limitação salarial dos que nada têm, apreender-lhes o respectivo património, devassar-lhes as vidas sumptuosas que fruem à custa de tanto sangue do povo.  





segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Contra a máfia

O processo Casa Pia mostrou-me com clareza mediana a dimensão do polvo que asfixia Portugal. Na comunicação social, por exemplo, bandidos sem escrúpulos, devidamente travestidos de jornalistas e fazedores de opinião, são pagos princepescamente para que o poder tentacular mesmo que tocado jamais possa ser questionado.
Por isso, a sucessão imparável de escândalos e crimes, cometidos sempre pelos mesmos, não tem correspondência na acção da Justiça, ela própria de joelhos ante os poderosos. O princípio da separação de poderes, que de forma tonitruante tantas vezes é invocado como elemento essencial do designado Estado de Direito, não passa de uma encenação macabra.
Observa-se o país e o que se vê assusta. O ps domina tudo: o Tribunal Constitucional, o Tribunal de Contas; a   Polícia Judiciária; a Procuradoria-geral da República; o Banco de Portugal; as empresas públicas...
Juízes desempenham, frequentemente, funções executivas, na submissão de governos e governantes que jamais processão quando retornarem aos tribunais.
Perante o aumento e sofisticação da criminalidade, que hoje na sua expressão urbana mantém aprisionada a generalidade dos  que aí residem, uns mariolas decidiram que o importante era transformar os códigos Penal e Processual Penal em meros manuais de boas maneiras e receituário de ineficácia perante o desvalor da acção criminosa.
Não tardará que as populações, a exemplo do que sucedia ainda no século XIX, decidam criar milícias para patrulhar os bairros e que a Justiça privada adquira novamente relevância. Nessa altura, meninos de coro, sobretudo os queques-rosa, clamarão pelos princípios constitucionais que a maldita populaça não respeita.
Eles não sabem - nem podem saber porque vivem rodeados de segurança nos seus luxuosos condomínios  à prova de tudo - que a vida das pessoas simples é cada vez mais insuportável, de tão insegura.
É preciso romper com o políticamente correcto que nos faz apodrecer nas caves fétidas da sociedade enquanto os tiozinhos vivem como marajás. Os hospitais e as escolas públicas, estão cada vez mais iguais às suas congéneres do Terceiro-mundo. Não se pode sair à rua  sem pagar uma verdadeira fortuna em portagens. Para se ter uma casa, é preciso gastar o que se não ganha em décadas de trabalho. A verdade é que se não vê o retorno da elevada carga fiscal a que estamos sujeitos e num toque de especial cinismo, martelam-nos constatemente com a necessidade de cumprirmos com um outro princípio iníquo: o do utilizador-pagador.
A Banca nunca ganhou tanto dinheiro, sobretudo gerando miséria em seu redor. A Constituição diz que cada português tem direito a uma habitação condigna, mas a CGD esmifra milhares de famílias com taxas de juro e spreads elevadíssimos.
Por que razão não protesta o povo com mais veemência? Desde logo porque meio século de fascismo inoculou no povo o medo de reagir, ensinou-lhe que o respeitinho é muito bonito, sobretudo ante doutores e engenheiros, mesmo que o respectivo curso tenha sido obtido na farinha amparo. Mas sobretudo porque as consciências de aluguer zelam para que nada mude. A máfia portuguesa não precisa de matar. Basta-lhe o disparo de um editorial oportuno, e a defesa do silenciamento das vozes alternativas.
Os mesmíssimos escribas e comentadores que no processo Casa Pia trataram de destruir a investigação, andam atarefados a fazer da face oculta uma coisa banal, montada por invejosos apenas para causticar o génio empreendedor dos que tudo podem.
O que fazer? Não há alternativa à luta. Bem sei que nem sempre se ganha. Mas como diz um querido amigo, quem não luta perde sempre. E só reforça a canalha que nos desgoverna.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A farsa rosa

Assistir à farsa que os deputados do ps representam no parlamento é meio caminho andado para vomitar. Tanta preocupação fingida com a corrupção, tanta invocação de princípios constitucionais, tanta mentira repetida com ar cândido.

O exercício a fazer é simples: compare-se o que declararam, boçal e irresponsavelmente, Vieira da Silva e quejandos sobre o processo Casa Pia, com o que agora asseveram ser o processo "face oculta" e rapidamente se concluirá que são todos bons rapazes.