quarta-feira, 28 de setembro de 2005

3000 crianças morrem por dia


3 mil crianças africanas morrem por dia de Malária, afirma a OMS

Segundo o último relatório em conjunto, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef (Fundo da ONU para as Crianças), divulgado nesta sexta-feira no Dia Mundial da Malária, mais de 3 mil crianças africanas morrem por dia em decorrência da doença. O estudo afirma que 90% das mortes são registradas na África subsaariana e que a maioria delas é de crianças com menos de cinco anos. A droga atualmente utilizada no combate à malária, a cloroquina, não é eficaz, mas é usada por ser a mais barata.
O tratamento actual foi criticado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que citaram o exemplo da Tanzânia, onde o número de mortalidade das crianças caiu em 20% quando elas passaram a dormir sob redes tratadas com inseticidas. As acções governamentais denotam claramente uma preocupação maior das autoridades com economia de recursos do que com o compromisso de salvar vidas. Quase 2 milhões de pessoas morrem em função da malária por ano no continente africano, gerando um prejuízo de US$ 12 bilhões.
A melhor solução seria o tratamento à base de artesimina, recomendado pela OMS e muito mais potente e eficiente, ela é derivada da planta chinesa Artemisia annua e vem sendo usada contra a malária há mais de dez anos. A combinação da droga com a amodiaquina pode eliminar os sintomas da malária em três dias. Em KwaZulu Natal, na África do Sul, as mortes por malária em hospitais caíram 80% em função deste tratamento. No entanto, o tratamento à base de artesimina custa US$ 1,50 por dose, em comparação com os US$ 0,50 de custo da cloroquina. O custo da mudança em toda África, ainda assim, giraria em torno de US$ 100 a 200 milhões.

Este texto de Cassiano Sampaio foi colocado como comentário a um post de Sérgio Ribeiro, por Pedro Gonçalves, no blogue anónimo séc xxi. Referindo-se à foto, escreveu Pedro Gonçalves:
" Sou fotógrafo. Pelo menos faço por isso. A fotografia que mais me marcou até hoje é a de uma criança. Retrata uma menina que se arrasta para um campo de nutrição e em segundo plano vemos um abutre no chão que aguarda pelo inevitável. Kevin Carter é o nome do fotógrafo. Sul Africano. Fotojornalista habituado a cenários de guerra e a cenas de horror. No entanto esta fotografia toca-me de uma maneira muito especial. Não a consigo (nem quero) esquecer. Apetece-me dizer muita coisa mas fico por aqui. "

3 comentários:

Sérgio Ribeiro disse...

Calor. Entrega. Sofrimento. Porquê? Continuo. Caio. Não aguento. Ninguém. Continuo. Pesado. Dor. Medo. Entrega. Longe. Os outros. Eu. Chão. Os olhos. Fecho. Não quero. Choro. Choro mais. Paro. Fico. Não choro. Caio. Ali. Ninguém. NINGUÉM. Choro. Continuo. No chão. Os outros. Sede. Cabeça. Pesada. Força. Não tenho. Mãe. Seco. Aqui. Vazio. Porquê? Quero. Vivo. Estou viva. Aqui. Sol. O mesmo. Ninguém. Os outros. Ninguém. Doi. Não sinto. Sinto. Fico. Aqui. Não sei. Choro. Estou tão cansado. Mãe. Tu. Eu. Aqui. Porquê? Desculpa.

Pedro Gonçalves

Sérgio Ribeiro disse...

Para que o mérito seja de quem o merece só venho dizer que emprestei o meu user-name e o meu pass-word ao Pedro Gonçalves para comentar o que vem, aliás, assinado por ele.
Mas, como está depois de "sérgio ribeiro said" que fique muito claro que foi Pedro Gonçalves que... "said" com pena do sérgio ribeiro que gostaria de o ter dito!

Unknown disse...

Há algo que devemos lembrar, sobretudo porque mostra que o flagelo não é inevitável. Como assinalou Fidel Castro, "A taxa de mortalidade infantil em Cuba é de 5,8 para cada mil nascidos vivos. Se a América Latina tivesse essa taxa de mortalidade infantil, a cada ano seriam salvas 800 mil crianças.
Trinta mil crianças morrem diariamente no mundo de doenças como sarampo, malária, difteria e pneumonia, assim como de desnutrição. Nenhuma delas é cubana.
No mundo, dormem nas ruas 200 milhões de crianças. Nenhuma delas é cubana. Cem milhões de crianças de menos de 13 anos são obrigadas a trabalhar para viver. Nenhuma delas é cubana. Mais de um milhão de crianças são levadas à prostituição infantil e dezenas de milhares têm sido vítimas do comércio de órgãos. Nenhuma delas é cubana.
Em Cuba, o acesso à educação em todos os níveis é gratuito e não há analfabetismo. As universidades cubanas são freqüentadas por centenas de milhares de pessoas.
Mas , para os cultores do designado pensamento único, que vale isto? Nada! Porque podem arrotar, e constantemente o fazem, acéfalos discursos sobre democracia e direitos humanos. Direitos que esmagam do alto da sua sobranceria cretina e abastada.
Cambada de escroques!