sábado, 30 de maio de 2009

Angelicais e vigaristas


Não há, em Portugal, a exemplo do que sucede na generalidade dos países capitalistas, qualquer possibilidade de se disputar a luta eleitoral em condições democráticas. Para os capitalistas e seus empregados, bem remunerados, o poder não se partilha. Exerce-se, sempre em favor da classe a que pertencem, com maior ou menor formalismo democrático a esconder a tirania que defendem.



Contam, na sua actividade delinquente, com a conivência de grupelhos, que se mascaram de acordo com as conveniências e as determinações que recebem. Por cá, o exemplo magistral dessa cooperação surge materializado no BE, essa amálgama de coisa nenhuma ideológica, sempre pronta a qualquer palhaçada para mostrar ao povinho que é coisa modernaça e politicamente correcta.

Ora o sistema paga bem e não é impunemente que se nasce angelical Louçã, ou trauliteiro Oliveira. Sobretudo quando esses políticos de favores malham nos comunistas, a recompensa é choruda e os patrões agradecem, generosos, o trabalho sujo.

Quem se der ao trabalho de analisar as propostas legislativas do BE, descobrirá o inevitável: não são senão plágio de iniciativas, em alguns casos apresentadas anos antes, dos eleitos comunistas. Mas como, além do plágio, o agrupamento de diversão não pensa bater-se pela concretização de tais propostas, trata-se de lhe dar a maior visibilidade possível no carnaval da imprensa nacional, conferindo-lhe carácter inovador.

Não existe, por isso, ninguém mais anticomunista do que o conservante BE, que assim justifica a única razão de existir nos moldes conhecidos. Nunca o prestidigitador Daniel Oliveira, extremista de direita escondido no armário BE, ousou beliscar com a milésima parte do vómito que produz regularmente contra o PCP, qualquer política anti-social.


Não admira, por isso, que se pavoneie, inúmeras vezes de forma mentirosa e abjecta, por diversos órgãos de comunicação social. Em simultâneo, aos comunistas é vedado o acesso aos jornais, rádios e televisões. Como fazem da política ao serviço do povo, o seu paradigma de actuação, como denunciam sem temor as malfeitorias de políticos e empresários corruptos, os apoiantes do PCP são perseguidos nos locais de trabalho e nas escolas, sujeitos ao catecismo neoliberal e ao pensamento único, de que o BE é fiel propagandista. Mesmo quando travestido com as roupagens diversas que aproveitam.

Neste ano de eleições, do que se trata é resistir, sabendo bem que não passam de simulacro destinado a legitimar mais uns quantos anos de poder dos mesmos. E com a consciência de que o sistema capitalista se combate, sobretudo, na luta diária, de que o BE, tadinho, foge pressuroso e com persuasivos discursos sobre a necessidade de mudança.

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