
Um dos traços mais repulsivos da empreitada que alguns desenvolvem para reescrever a História, consiste na destruição de tudo quanto possa questionar as mentiras que apregoam. Até agora, quem fosse a Peniche desarmado do conhecimento do que foi aquele antro de tortura e sofrimento para quantos ousaram combater o fascismo, podia convencer-se de que nada de grave por lá havia acontecido, tal o desprezo a que tem estado votado o espaço.
A conquista da Câmara Municipal de Peniche pela CDU vai, estou certo, inverter esta situação. Porque um povo sem memória não tem futuro, os comunistas e seus aliados vão seguramente transformar o Forte num monumento digno, onde possamos ir rever o que foi o fascismo, assim revigorando forças para o grito que cada vez mais se justifica: 25 de Abril, sempre! Fascismo nunca mais!
4 comentários:
Concordando, em absoluto,na necessidade - até obrigação!!! - de transformar o Forte de Peniche num monumento digno, deixo aqui o repto a todos os democratas que não se conformam com o branqueamento do fascismo.
Com o nosso trabalho voluntário,em união com a Câmara de Peniche, é possível inverter a situação.
Vamos a isso?!!!
Em 1557, D. João III manda edificar a Fortaleza de Peniche, ficando concluída no reinado de D. Sebastião, vindo a servir como cadeia politica do reino.
Este forte, pertenceu ao exército napoleónico em 1807, tendo sido expulso no ano seguinte. Marquês de Pombal, ordenou a prisão no Forte de Peniche, a todos que se lhe opunham.
Em 1834, foi uma prisão de absolutistas e liberais!
De 1934 a 1974 foi uma das mais duras e violentas prisões da Europa, talvez do mundo!
Milhares de homens e mulheres, estiveram presos no Forte de Peniche! A ditadura fascista, nunca perdoou a quem lhe fazia oposição! No Forte de Peniche anti-fascista, resistentes, sofreram todo o tipo de torturas, horrores, injustiças! Muitos não aguentaram e morreram. Outros permaneceram meses, anos,encarcerados.Outros ainda, evadiram-se!
A Fuga de Peniche, a mais célebre evasão da historia do fascismo!
1960, fogem do Forte de Peniche, Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues. Um plano estudado até ao último pormenor, tendo sido coordenada por Dias Lourenço, Octávio Pato, Pires Jorge, Rui Perdigão e Rogério Paulo.
No dia 25 de Abril de 1974, as portas da Fortaleza de Peniche, Cadeia Politica do Regime Fascista, abrem-se. É a libertação dos presos políticos!
Foram estes heróis do nosso tempo que lutando por um Portugal livre e democrático fizeram a história, de um passado recente que jamais podemos, nem devemos esquecer!
E porque este Forte,é cheio de História, que o mantenham com a dignidade dos Homens que por lá passaram!
GR
Caro Pedro,
a) Fico sempre irritado quando vejo alguns blogs a chamar "comunas" ao PCP. A esses que continuam a utilizar essa K7 (para usar outra expressão que me irrita), o mínimo que posso chamar-lhes é fascistas (sem aspas);
b) Lamentável que esses fascistas não tenham tratado da manutenção de tão histórico lugar, pela negativa, consubstanciado no crime, no horror e no sofrimento causados a quem contribuiu como ninguém para que esses fascistas tenham a liberdade que não merecem;
c)Fico pois feliz por a CDU ter conquistado a Câmara de Peniche que irá provocar a fúria de todos os fascistas em geral e em particular dos fascistas que lá estiveram com desprezo pelas mais elementares regras de preservação dos mais importantes factos históricos do país.
Abraço
a.castro
Nota técnica: O seu blog tem andado com o sidebar todo caído até ao fundo...
Obrigado, Pedro.
Coloquei aqui, hoje de manhã, um comentário que inexplicavelmente (a inépcia?!) se perdeu.
Não sou capaz de o reproduzir (é sempre impossível...) mas escrevi eu que o significado e o simbolismo dessa vitória de Peniche é muito grande. E que a juntava às vitórias-recuperações do Barreiro e da Marinha Grande (e outras), igualmente significativas e simbólicas, e que se procurou não valorizar quando empoladas foram as suas perdas no coral para o "requiem" do Partido. Afinal!... Afinal estamos bem vivos.
Mas não foram só vitórias! E as perdas (do Redondo e de Alcácer) também têm significado e simbolismo. Mostram no que resultam hesitações e desistências de camaradas e de quem camarada foi. E digo assim - com pinças - porque a uns continuo a considerar camaradas, sujeitos como todos estamos a hesitar e a errar.
Mas desistir, não. Nunca!
A afirmação pessoal, ou de grupo, contra o colectivo que somos não aceito. E a vida aí está a ajudar quem resiste e continua a luta.
Sei que acabava o comentário perdido com um abraço.
Renovo-o, amigo
Sérgio Ribeiro
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