sexta-feira, 27 de março de 2009

UGT : União Geral de Traidores


«Sindicalistas»


"O diligente Sol seguiu o mote dado por Sócrates na ofensiva contra a CGTP e, pegando nas declarações deste sobre a «instrumentalização» e o «sindicalismo livre de tutela partidária», fez o seu número tendo João Proença como artista convidado.

Foi divertido de ler.Preocupa-os e incomoda-os a influência do PCP no movimento sindical – influência real, de facto. E a preocupação e o incómodo são tanto maiores quanto, como muito bem sabem, essa influência resulta de décadas de uma intervenção singular dos comunistas na luta pela defesa dos interesses dos trabalhadores.

Assim, à influência e à intervenção sindical dos comunistas – caracterizada por um profundo respeito pela democracia interna do movimento sindical – chamam «tutela partidária». Coisa esta que não existiria na UGT, a qual «nunca será correia de transmissão do PS» - como garante Proença e o Sol confirma.

Neste caso, reconheça-se-lhes alguma razão: como é sabido, a UGT foi criada pelo PS, PSD e CDS - e pelos milhões vindos dos EUA, da Grã-Bretanha, da Alemanha... - com o triplo objectivo de liquidar a CGTP, acabar com a influência do PCP no movimento sindical e apoiar a contra-revolução.

Por isso tem sido, desde que nasceu, uma verdadeira correia de transmissão, não apenas do PS mas da política de direita ao serviço dos interesses do grande capital.A actividade sindical – entendida como intervenção na organização dos trabalhadores para a defesa dos seus interesses e direitos – exige, sempre, grande firmeza e coragem.

Foi assim nos tempos em que ser sindicalista exigia, para além da firmeza na luta contra os exploradores, a coragem de enfrentar a repressão fascista - e já nesses tempos os proenças faziam «sindicalismo» nos «sindicatos» do regime...

É assim nos tempos actuais, em que só com muita coragem e firmeza é possível fazer frente à política de classe levada a cabo pelos homens de mão do grande capital que, há 33 anos, proliferam nos governos, na UGT e nos média dominantes.«Mal de nós se o Governo for gerido pela rua» - gemeu o chefe da UGT, quando da manifestação do dia 13, apavorado com a multidão de trabalhadores na rua.

A confirmar que, enquanto «sindicalista», o lugar de Proença é no anúncio da Antena 1 sobre os malefícios das manifestações... "

In, Avante!, de 26 de Março de 2009

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