quarta-feira, 9 de maio de 2007

Obrigado URSS


Foi com profunda emoção que retirei esta foto belíssima da edição online do semanário SOL. Retrata um veterano soviético celebrando o fim da II Guerra Mundial, que como se sabe, ocorreu no dia 8 de Maio de 1945.
Recordei idêntica data do ano de 1987. Moscovo: na praça situada em frente ao Teatro Bolshoi, dezenas de veteranos, de ambos os sexos, deambulam em círculos, empunhando cartazes com inscrições. Procuram familiares ou amigos desaparecidos desde a guerra. Ano após ano, com a mesma perseverança com que derrotaram a besta nazi e nos libertaram da barbárie, comparecem no local. Por vezes reencontram-se e tive a felicidade de presenciar um desses momentos.
O nosso povo diz que a conversa é como as cerejas. E eu acrescento que as imagens também. Porque ao ver o herói da foto, recordei-me de Simão, comunista português, asassinado pelo fascismo no campo de concentração do Tarrafal. E da sua Teresa, amada companheira, que incapaz de aceitar o desaparecimento súbito de Simão, descobriu, 50 anos depois as razões por que não valeria a pena continuar a empunhar a esperança de o encontrar com vida.
Esta história, real, pode ser lida no mais recente livro de José Casanova, "O Tempo das Giestas".

2 comentários:

António Conceição disse...

Uma coisa é certa, a vitória sobre a Alemanha nazi foi, antes de mais nada, uma vitória da URSS.

GR disse...

Ao ver este belíssimo post, lembrei-me do livro (recentemente editado) que Miguel Urbano Rodrigues e Ana Catarina Almeida, escreveram, "Etna no Vendaval da Perestroika", um romance que nos relata como tema fulcral a destruição da União Soviética, as traições politico sociais e a ascensão do capitalismo.

"O Tempo das Giestas" é um dos livros que jamais se esquecerá!
Um belo e grandioso romance, uma homenagem a todos os Resistentes, a todos os mártires que o fascismo assassinou no Campo de Concentração da Morte Lenta. Mas é também um hino ao amor que, nem a barbárie fascista conseguiu separar.
Um romance de uma beleza comovente.
(Estamos à espera da tua critica)

A foto é lindíssima.
O pormenor das mãos com dedos rudes, pegando com toda a leveza e sensibilidade nos cravos.

GR