terça-feira, 11 de outubro de 2005

Maria Eugénia Cunhal



Bastou aquele gesto
Da tua mão tocar tão docemente a minha
Pra nascerem raízes
Que me prendem à terra e me alimentam
Nas horas mais vazias

Bastou aquele olhar
- O teu olhar tão brando, prolongando-se um pouco sobre o meu –
Para iluminar as noites em que a lua se esconde
E a escuridão envolve um mundo sem sentido.

Bastou esse teu jeito de sorrir,
Um sorriso em que vejo despontar a confiança
Na vida não vivida, nas emoções ainda não sentidas,
Nos passos que ressoam noutros passos

Bastaste tu.

Maria Eugénia Cunhal, in Silêncio de Vidro, Editorial Escritor

1 comentário:

Sérgio Ribeiro disse...

Este poema!
Esta fotografia!
Um homem como eu olha para a fotografia, lê o poema, vê o poema e a fotografia no blog do Pedro Namora, no Vale a pena lutar, e sente uma grande e tranquila alegria por estar vivo e atira-se para o dia e para os dias a viver cheio de alento e força.
Obrigado, Pedro.