segunda-feira, 17 de outubro de 2005

A pantomina



Hoje, manhã cedo, Emídio Rangel defendeu, na TSF, o Orçamento de Estado para 2006. Atento o fervor, julguei que tivesse lido o documento. Mas rapidamente descobri que o ímpeto era fruto de algo que Emídio não conhece, como aliás reconheceu.
Isso não o impediu de assestar baterias contra os partidos da oposição: ou aprovam o que Sócrates defende, por ser o único caminho para Portugal, ou estão obrigados a apresentar alternativas. Quer dizer, não apenas elogia algo que nunca viu como insinua que o voto contra é infundamentado. Ao ouvir Rangel, recordei os vendedores de banha-da-cobra que antes compareciam a todas as feiras, apregoando apesar de tudo mezinhas bem menos danosas. Rangel também cumpre o seu mister.
Como assinala Noam Chomsky, "A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, mas estimular muito intensamente o debate dentro daquele espectro...Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate".

1 comentário:

Unknown disse...

Querida camarada Guida: posso apenas dizer, atenta a fase processual em que nos encontramos, que tenho muita honra em ser testemunha do António Balbino Caldeira. A seu tempo falaremos deste processo miserável, mas quero que saibas que concordo contigo