sexta-feira, 30 de março de 2007

Bandalhos e cobardes

Quando penso na desfaçatez com que hoje os fascistas se colocam em bico de pés, além da revolta, assalta-me um nojo profundo. Estes criminosos, agora de novo fanfarrões, são os mesmos que em Abril de 1974, tendo no currículo cinco décadas de crimes horrendos contra homens e mulheres indefesos, se mijaram e borraram de medo mal avistaram os cravos libertadores.

Cobardolas, bandalhos, assassinos. Guincham agora de satisfação por acharem apropriados os ventos que correm. Mas nós sabemos e não há Jaime Mussolini Nogueira Hitler Pinto que apague a realidade: pertenceis à mesma corja que pariu os campos de concentração e as prisões onde milhares de portugueses foram encerrados. Que perseguiu, torturou e assassinou. Foram milhares as vítimas e muito o sangue derramado. Podeis estar certos de que não o esqueceremos.

O nosso património é indestrutível: agora mesmo posso ver o heróico Militão Ribeiro agonizando numa cela. Apesar de selvaticamente espancado ainda consegue, antes de morrer, reiterar, escrevendo com o próprio sangue, a sua dedicação ao Partido e ao povo e a sua confiança no futuro. Vejo Catarina, Bento Gonçalves, Álvaro Cunhal e milhares de anónimos que vos enfrentaram sem temor. O heroísmo dessas gentes é o nosso baluarte. A sua memória, que procuraremos honrar, a melhor companhia para o futuro.

Perante isso, os vossos grunhidos cobardes não nos intimidam. Estaremos vigilantes, porque acreditamos, como refere o poeta, “que se Abril ficar distante desta terra e deste povo, a nossa força é bastante para fazer Abril de novo”. Dure o tempo que durar. E quanto aos que de forma diletante e com aparente magnanimidade, nos receitam despreocupação perante os vossos guinchos reiterados e desvalorizam o perigo real do fascismo, só espero que não repitam a cobardia da inacção conivente a que se votaram antes de Abril.


5 comentários:

Debaixo do Bulcão disse...

Há cerca de 15 anos atrás, em Almada, os mesmos cabeças rapadas que mataram um tal de Alcino no Bairro Alto, exibiam-se frequentementem mesmo ao lado do Centro de Trabalho do PCP na Rua Capitão Leitão.
Estes de agora assustam-me tanto quanto me assustaram aqueles.
Penso que estamos a dar-lhes demasiada importância.
Concordo, por exemplo, com o que diz o autor do "post" sobre "O Recrudescimento do Fascismo", no blog imperiobarbaro.blogspot.com

Ah, eu sou aquele a quem chamaste "desmemoriado", em resposta a um comentário que deixei no Anónimo Séc. XXI.

António Vitorino

Maria disse...

Pedro

Senti este texto como um grito.
E é um grito. Contra a pouca vergonha de um meio de comunicação social, pago por nós, que devia prestar serviço público.
Se for preciso, faremos Abril de novo, como dizia o poeta...

Um abraço

Unknown disse...

"debaixo do bulcão", como poderá facilmente entender quem ler o que escrevi no local que assinalas, não te chamei "desmemoriado". Aliás, nem consigo perceber qualquer tipo de confusão que te permita sequer presumir que me estava a dirigir a ti.

bargante disse...

Porquê!
Porquê?
Se fez 1 revolução com cravos...
Todos se preocupam com o fascismo mas as politicas que se praticam levam ao cidadão comum a um afastamento e desconfiança dos politicos e começam a olhar com simpatia para o populismo...
Na está na altura de se governar para o cidadão...
Não deixem o fscismo alimentar o sonho dos descontentados...
Se governarem com justiça não há espaço para o fascismo...

António Conceição disse...

Permito-me chamar-lhe a atenção para uma injustiça que comete, caro Pedro Namora: Jaime Nogueira Pinto é com certeza fascita e, porventura, bandalho. Não merece que lhe chame covarde. Foi fascista antes do 25 de Abril e anti-marcelista de direita. Continuou a sê-lo depois da revolução.
Covardes são os que, tendo sempre servido Salazar e Caetano, sairam à rua de cravo vermelho ao peito no dia 26 de Abril de 74. De um modo geral, estes estão hoje em altos postos no Estado e do sector público empresarial.