Nos debates assiste-se a uma tendência miserável: em vez de se esgrimir argumentos, ridiculariza-se a posição de quem pensa diferente para se menorizar o adversário. Fica assim dispensado de fundamentar o que pensa quem recorre a comportamento tão miserável, provocando o riso e a adesão alarve de incautos e apaniguados.
Como assinalou o Prof. José Gil, “O riso obtido, explorando a esperteza estúpida dos outros, revela um traço típico do burgesso português: é que, para ele, há sempre um burgesso mais burgesso do que ele. "
Esta é, no fundamental, a substância do “politicamente correcto”. Argumentar para quê? O que interessa é o ataque pessoal devidamente travestido de olhar irónico (tão cultos se apresentam …) sobre todos os assuntos com que não concordem efectivamente ou por encomenda de quem manda.
Esta é, no fundamental, a substância do “politicamente correcto”. Argumentar para quê? O que interessa é o ataque pessoal devidamente travestido de olhar irónico (tão cultos se apresentam …) sobre todos os assuntos com que não concordem efectivamente ou por encomenda de quem manda.
Estes censores pretendem matar assim a possibilidade de afirmação alternativa de ideias, projectos ou ideologias. Meninos bem comportados, alguns com etiqueta de esquerda a condizer (ai como se aborrecem com o capitalismo e os poderosos, à mesa do café!), odeiam quem lhes questione o discurso velho, quem lhes denuncie a cumplicidade com o sistema.
No mundo dos blogues esta tendência agrava-se por ser frequente o seu exercício por cobardes e bandidos sem escrúpulos. Como é fácil criar blogues anónimos, quem quiser atacar incógnito tem a vida facilitada. Tantos anos depois de Abril é penoso constatar este exercício dos contumazes invertebrados. Mas é necessário, para que o aparente não substitua o essencial.
A luta continua!
A luta continua!
1 comentário:
Nesta lenta retoma de hábitos - como o de ler blogs - este reencontro com Vale a Pena Lutar é estimulante. Obrigado, Pedro.
Teria muitos comentários, mas talvez tenham perdido oportunidade.
Trago-te, só, um grande abraço, e a expectativa de termos, hoje, um debate, em Ourém, "à nossa maneira" e não à maneira... deles.
Até já!
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