sábado, 10 de janeiro de 2009

Tantas vezes a bilha foi à fonte...

Do rio que tudo arrasta se diz violento,
mas nao se dizem violentas as margens que o oprimem.
bertold brecht


Foi notícia, esta semana, a agressão sofrida por Eusébio Candeias na Câmara Municipal de Setúbal, onde é, infelizmente, vereador. Conheço o autarca. E ao agressor recebi-o no meu gabinete inúmeras vezes.
Sempre em grande desespero, o funcionário só queria que a Câmara lhe resolvesse um problema que o afectava e se arrastava há anos sem resolução. Desde que o respeitássemos, respondia com respeito. Mas é, justamente, conhecido por não admitir que lhe faltem ao respeito.
Não sei se foi isso que aconteceu. Mas eu próprio tive inúmeras vezes vontade de fazer o mesmo ao vereador que agora se queixa. Não posso esquecer as suas atitudes trocistas, o uso reiterado de autoritarismo no exercício das funções, vexando os outros.

Claro que estas coisas não se resolvem ao murro. Por isso resisti. Mas não posso deixar de manifestar compreensão e solidariedade para com o trabalhador que não teve a mesma capacidade. E que assim pode ter destruído o seu futuro e o da sua família.

Espero que a Comissão de Trabalhadores e os sindicatos, conhecedores do clima de medo e perseguição que se vive na autarquia, desenvolvam as adequadas iniciativas em defesa do trabalhador.

6 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro doutor Pedro Namora, que grande prenda, resolveu ofertar aos inimigos do Partido Comunista Português.
A esta hora todas as estações de televisão, devem estar a tentar contactá-lo para uma entrevista no telejornal, ou uma nova entrevista, na Popular FM.
Outro blog que não o seu a divulgar esta informação, não me espantaria, mas, O SEU?
Felicito-o pela coragem.

Anónimo disse...

Por muita razão que possas ter nas queixas que tens, e sei que sim, este comentário é profundamente desnecessário. Além disso, parece-me um tiro no teu pé e nos daqueles que por cá andam e ficaram na luta.
Ninguém pode ser solidário com a atitude do trabahador, sob pena de sancionarmos o regresso ao estado selvagem.
Bem sei que tens muitas razões de queixa - eu também - mas assim não vamos longe camarada.

Unknown disse...

Sempre me causou, digamos, alergia, a incapacidade que alguns manifestam para assumir o que escrevem ou dizem. E causa-me nojo o ataque anónimo.
Talvez não me tenha expressado bem, mas reitero tudo quanto escrevi de forma pensada, mas triste.
Quanto ao insulto do poesianopopular, refiro apenas que a grande prenda ofertada aos inimigos do PCP foi-o por todos quantos, podendo evitar que anticomunistas assltassem o poder em Setúbal, se quedaram inactivos e cúmplices com tanta pulhice. Esperemos que até ao fim deste mandato não aconteça mais nenhuma desgraça, similar ou ainda pior. Porque só quem trabalha no munícipio sabe o quanto custa resistir.
Quanto ao trabalhador contará com a minha solidariedade. Não concordo com a agressão, evidentemente. Mas estarei ao seu lado na defesa do seu posto de trabalho.

Anónimo disse...

Confesso não conhecer o problema. Faço votos para que este post não seja mais qualquer coisa do tipo do museu de Peniche... - Não aprecio por aí além a necessidade de se mostrar o quanto se é capaz de criticar, apenas para mostrar coragem. Nos tempos que correm, o afirmarmo-nos comunistas já é prova de alguma. E depois, um ataque tão cerrado a este anonimato (2º comentário). Não vejo o que ali pode causar nojo! Por vezes, há necessidade de recorrer à figura do "anónimo"; basta não ter um blogue e esquecer assinar... - Critiquemos, sim, nos sítio certos! - Publicamente, já somos tão criticados (melhor dizendo, miseravelmente atacados) que não vejo necessidade de, como diz o poesianopopular, "dar prendas".
Rui Silva (BI 1219385!!!)

Unknown disse...

É de facto impressionante a forma fácil e leviana como se atribuem intenções a quem se não conhece. O caso do museu de Peniche é uma vergonha. E os que se preparam para a cometer contam com o nosso habitual silêncio. Ora, eu nunca discuti questões do meu partido na praça pública, mas não aceito, nunca aceitarei, que em nome de princípios partidários que sempre defendi e defendo, se cale o protesto contra canalhas apenas porque conjunturalmente possuem o mesmo cartão que eu.
Por outro lado, os que calam, seja por conveniência, seja por considerarem essa a melhor atitude, têm que assumir a cumplicidade com todas as malfeitorias praticadas.
Causam mais danos ao Partido escroques que em seu nome exercem de forma ditatorial o poder, do que legiões de reaccionários.
Por isso, continuarei a lutar contra a destruição da memória em Peniche e o facto de ser uma autarquia CDU não me desviará desse propósito um só cm. Antes pelo contrário.
E da mesma forma pugnarei para que em setúbal os comunistas reconquistem o poder.

GR disse...

Grande discussão que aqui está, entre pessoas de bem!
Senão vejamos;
Temos o Poesia no Popular amigo e camarada consequente, homem que sabe e sente.
O Anónimo que de incógnito não tem nada, penso sinceramente que não quis ofender ninguém. Sendo de opinião: “Critiquemos, sim, nos sítio certos!”
Melhor que ninguém, tens uma opinião formada sobre a edilidade de Setúbal, da qual também eu, a centenas de km, já li e ouvi falar.
Contudo, não tenho nem posso ter, um parecer que me leve a discutir com total conhecimento de causa, situações problemáticas que existam ai e que efectivamente tem que ser discutidas, com quem de direito.
Quanto ao trabalhador, a Lei é bem clara!
O STAL terá que as recordar ao funcionário em falta (neste aspecto temos que ser rigorosos), tendo este que assumir a responsabilidade dos seus actos, (sem que para isso espero que não tenha que ser despedido). Mas quem sou eu para fazer um juízo de valor, se também não conheço em profundidade a ocorrência? E porque teria que a conhecer?
Pedro,
Acreditamos pelas tuas palavras que há problemas.
Mas não será “aqui” que serão resolvidos.
Acreditamos todos nós que aqui comentamos, assim como tu, temos um único desejo, o reforço do nosso Partido, para isso lutamos.

GR