terça-feira, 7 de junho de 2005

Às mães

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo
-de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

1 comentário:

Anónimo disse...

MENOS TEU VENTRE

Menos teu ventre,
tudo é confuso.
Menos teu ventre,
tudo é futuro
fugaz, passado
baldio, turvo.
Menos teu ventre,
tudo inseguro,
tudo já último
um pó sem mundo.
Menos teu ventre
tudo é escuro.
Menos teu ventre
claro e profundo.

"Miguel Hernández"


Caro Pedro,

As mães dão-nos a segurança, a ternura, o doce aroma de MÃE!

Mesmo não estando fisicamente connosco (filhos),
Sentimo-la perto de nós!
Não estamos carentes, mas felizes!
A memória, é o nosso tesouro!

Um abraço
GR