O discurso da crise é uma vigarice política com um objectivo predeterminado: obter a aquiescência popular para medidas criminosas, similares às adoptadas em todos os locais onde o neoliberalismo destruiu as economias, os direitos adquiridos por gerações sucessivas e a vida de milhões de seres humanos. Tudo exaltado no sacrossanto altar do lucro a qualquer preço.
Os responsáveis pelo desenvolvimento de tal política miserável e desumana são convenientemente escondidos, - quando não glorificados - de forma disciplinada e concertada, pelos escribas ao serviço da velha ordem. Por isso, eleição após eleição, acobertados na comunicação social dita de referência, regressam para aprofundarem os danos que causa ao país. E os cronistas? Dizem todos as mesmíssimas coisas, lidas antecipadamente nos jornais estrangeiros de referência. São eles que, bem remunerados, preparam o terreno que os donos delinearam. Se os trabalhadores protestam contra o pensamento único, os escribas ao serviço fingem indignações que nunca sentiram, porque são de plástico; moldáveis a todas as formas de servilismo, porque dependentes das mordomias que lhes proporcionam. Quem os ler, ou escutar, percebe que se julgam únicos, predestinados, superiores ao comum dos mortais. Falam de tudo como se especialistas fossem.
A aldrabice é possível porque falam de um lugar reservado, deles em exclusivo enquanto reproduzirem a voz do dono. Liberdade de imprensa? Pluralismo informativo? Só se de novo se fizer um 25 de Abril.
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