domingo, 16 de novembro de 2008

O Arestas de Vento é nosso, não se vende!

Imaginemos um programa sobre cultura, com mais de 20 anos de resistência e provas dadas. Pensemos no pai do programa como um alentejano do Couço, homem digno, imune a pressões e ameaças. Analisemos os tempos que vivemos e o retrocesso político e social que sócrates e comandita representam. O clima de medo, os bufos e os invertebrados.
Recuemos na História até ao sinistro Salazar e o que disse dos comunistas. O que fez aos comunistas. Saltemos depois, sem perder o rasto a este deambular indignado, até 2008. Um censor - moderno claro, não servisse a modernidade também aos escroques -, de espada em punho comenta com os donos: " O gajo, pá, até entrevistou o Namora. Esse comuna que não se coibiu de atacar o ps e o sócretino regimento de empregados da CIP que governa Portugal. E até a Opus Dei".
Isto escutado, o censor-mor determinou que ao homem da cultura, como antes aos prisioneiros políticos, fossem formuladas condições inaceitáveis para os que não traem. Se queres vir para a Renascença, tens que vergar a cerviz, tal o conteúdo, em suma, da misérável oferta recusada.
Pois que me chamem comunista, pensou. Sou de uma terra e de uma gente para quem essa imputação é uma honra. Não morreram tantos por ela? E afinal , se ser comunista é esta alegria de ao longo de décadas dar impulso à cultura, quer dizer, à poesia, ao teatro , à música, à pintura, à gastronomia, ao artesanato, sou mais comunista, mesmo sem cartão, do que eles julgam.
E se aos outros nem o receio de perder a vida os fez trair, não há raio de Renascença que derrube o Ricardo Cardoso, meu amigo e camarada. Porque a luta continua, sei que poderemos continuar a escutá-lo, poderemos continuar a contar com a sua voz incómoda, insubmissa, mas também amiga e solidária.
Por mim a Renascença pode continuar a dar pasto aos seus censores. Há anos que a não sintonizo e a partir de agora considero elementar pedagogia democrática fazer campanha contra a coisa untuosa em que se transformou.

4 comentários:

GR disse...

Lentamente “ele” o fascismo, vai tomando conta de;
Editoras,
Jornais,
Rádios, até das Rádios locais.
Lentamente o fascismo toma conta do Medo de muitos trabalhadores.
Sente-se já o cheiro conhecido da repressão, do medo, da fome.
Não temos muito tempo, porém, todos juntos ainda podemos dizer, NÂO!

Pensava eu que estava mal sintonizada, afinal “eles” roubaram a Voz que sabe, qual a cor da Liberdade. Só continuam a não poderem roubar, nem comprar a verticalidade e a coerência.

Um forte abraço solidário para com as vozes (que através deste blog fiquei a conhecer)

GR

Anónimo disse...

...e o engraçado é que Ricardo Cardoso, nosso mútuo Amigo, sempre soube sacudir as "pressões", oriundas de TODOS os quadrantes políticos (PS, PC, Bloco...), algumas vindas matreiramente, outras calçadinas de veludo, outras ainda ao pé-coXinho (a ordem é esta!). Por muito paradoxal que seja, e depois de milhentas conversas tecidas em ambientes culturais (e outros), muitas por entre copos e petiscos (culturais!) e propícias a uns certos desabafos de alma, nunca dele ouvi que fosse "comunista", "socialista", com ou sem cartão. O que sempre me apercebi, e continua a ser minha convicção, é que era (é) "homem de esquerda", preocupado com o bem-estar social, com a Liberdade,com a promoção da BOA cultura popular,lutador por um ideal colectivo, adepto da partilha do pão e do amor, paz, "não à guerra!", resistente por educação e herança, solidário e empenhado nas suas (nossas) querelas, que sempre soube equilibrar direitos e deveres. E, principalmente, um Amigo.
A história que levou ao afastamento do Arestas de Vento,primeiro da antena da defunta (e ingrata)rádio PAL (Palmela)e posteriormente do harmonioso e abençoado leito ASSIM, SIM, tem muitas estórias (não originais - neste mundo socratiano, nada se cria, tudo se repete...). Um dia saberemos tudo, de fio a pavio. E alguns vão ficar muito mal na fotografia, olaré!
Por enquanto,a certeza que não conseguiram calar o programa nem pôlo a piar fininho.
Mais dia menos dia aí vem ele, igual a si mesmo, igual àquilo que sempre foi: um programa suficientemente aberto e livre para elaborar a sua própria opinião... e dar voz à livre opinião dos cidadãos.
Um abraço, Amigo Pedro.

Fernando Manuel Pereira

Anónimo disse...

Oh Pedro, quando é que começas a contar as histórias dos teus (nossos) camaradas que também tanto gostam de lixar a malta? Olha que o pessoal continua cá pelas bandas do Sado a aguentar a loucura e tu fazes cá falta. A luta é sempre para se levar até ao fim. Estamos à tua espera.

Anónimo disse...

1ª EMISSÃO DO ARESTAS DE VENTO NA POPULAR FM : SÁBADO, DIA 6 DE DEZEMBRO, DAS 16 ÀS 19H.

Arestas de Vento

PROGRAMA DE CULTURA LIVRE NA RÁDIO COM 20 ANOS DE EXISTÊNCIA.

Uma forma de radiodifusão ligada à força da palavra. Um lugar singular, onde as ideias, a solidariedade, a cultura e, naturalmente, a boa politica, fazem sempre sentido.

A ideia (!) nasceu no Rádio Canal 1, saltou para a Voz de Setúbal, evoluiu na Rádio Azul, afirmou-se na finada Rádio Pal e AGORA vai fazer futuro na POPULAR FM, uma rádio feita por gente jovem, criativa, em crescimento qualitativo … e ESTA COISA É QUE É LINDA (!) com a sociedade activa como pano de fundo.

É HORA!!!

Tudo nos 90.9 fm OU na rede virtual em http://www.popularfm.com/

1ª EMISSÃO NA POPULAR FM :

Sábado, dia 6 de Dezembro, das 16 às 19h. OU SEJA: logo a seguir ao também histórico programa específico para crianças Espelho Mágico, da autoria da nossa amiga Céu Campos (15/ 16h).

Realizador e produtor : Ricardo Cardoso

COLABORADORES REGULARES COM HISTÓRIA :

João Imaginário, Mário Neves, Mário Castrim, Alberto Cavaco da Palma, Mário Gomes Silvério, Fernando Tavares, Victor Serra, Alexandrina Pereira, António Manuel Ribeiro, Manuela Matos Silva, José Motrena, Ângela Marques, Alfredo Campos Lopes, Ricardo Pita, Rui Palmela, Maria José Conceição Quintas, Sílvia Pratas, Maria das Neves, Carlos Resende, António Velez e, naturalmente, mais recentemente (com grande envolvimento e êxito!), Céu Campos, Fernando Guerreiro, Luís Filipe Estrela, José Gago e Fernando Manuel Pereira.

ALGUNS ENTREVISTADOS ENTRE CENTENAS (SEMPRE TRATADOS COM O MESMO RESPEITO) :

Fernando Tordo, Pedro Namora, Jorge Salgueiro, Eugénio da Fonseca, Jorge Palma, Carlos Mendes, Lena D'Água, João Brites, José Viana, Mário Viegas, Fernando Guerreiro, Maria Clementina, Maria Simões, Duarte Victor, Asdrubal Teles, Luís Candeias, Eduardo Dias, Carlos César, Eduardo Marques, Pais Garcia, Mateus Beleza, Joaquim Siva, António Sapage, Maria do Céu Guerra, José Casanova, Adilo Costa, Carlos de Sousa, Fernando Baião, Ana Teresa Vicente, Machado Luciano, Alcidio Torres, Fernando Gouveia, Joaquim Gouveia, Victor Serra, Pedro Barroso, Raul Tavares, Luís Monteiro, Carlos Monteiro, Alberto Cavaco da Palma, Mário Gomes Silvério, João Lúcio, José António Chocolate, Fátima Brinca, Rogério Severino, Luís Bandadas, Ricardo Martinez, Jorge Mares, Faustino Santos, Odete Santos, Carlos Almeida, Pedro Santana Lopes, Teresa Almeida, João Gabriel Baptista, Alfredo Poeiras, Fernando Casaca, José Maria Dias, Luciano Pereira, Francisco Finura, Gabriel Castanhas, Anork, Rui Mesquita, Alexandrina Pereira, Manuela Matos Silva, Ana Cristina Videira, João Aldeia, Álvaro Quintas, Madalena Reverendo, Artur Bual, Adilia Candeias, Francisco Rodrigues, José Proença Carvalho, Eufrásio Filipe, Álvaro Félix, Marco Alonso, Rui Machado, Piedade Fernandes, Luís Filipe Estrela, José Gago, Fernando Manuel Pereira, Francisco Pinteus, António Velez, Sousa Pereira, Mariana Aiveca, Tó Carlos, José Barros, Maurícia Teles, Orquestra Ligeira de Cabanas, Menelau Sete, Rui Guerreiro (Artimanha), etc…

Por complemento directo : Colaboração em várias edições literárias de alguns colaboradores regulares e jornais e, MAIS AINDA (!) a feitura do Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico e do Festival da Canção Infanto - Juvenil de Palmela.

SIGA A RODA …

Abraço
Ricardo Cardoso