quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Contra o branqueamento!


Quem visitar uma livraria e deambular pelas prateleiras à cata de novidades, descobrirá a moda mais recente na edição de livros. Títulos diversos glosam o mesmo assunto: as aventuras sexuais de prostitutas. Narradas por elas próprias. O engodo é acessível e o objectivo elementar: levar o leitor a pensar que está perante a descrição de aventuras radicais, desenvolvidas livremente por artistas felizes, que teriam incorrido na prática descrita voluntariamente. Evidentemente, não faltam referências às somas fabulosas que assim se auferem e à diversão que lhe está associada.

Curiosamente, quando entrevistadas, todas as autoras defendem a legalização da prostituição, o que – atento o disposto no Código Penal, que não persegue as prostitutas – só pode significar um apelo a que o Estado proteja os proxenetas.

Ora esta apologia faz todo o sentido para os grupos do crime organizado que controlam a exploração sexual. E é mesmo um incentivo à prática da prostituição.

A realidade é contudo bem diferente para pior e não pode ser confundida com a vivenciada pelas putas virtuais: miséria e prostituição são palavras praticamente sinónimas em vastíssimas regiões do planeta. Milhões de seres humanos são escravizados para que criminosos sem escrúpulos possam ostentar riqueza e glória.

Como referiu uma jovem brasileira, na comissão de inquérito onde depôs: “Hoje estou recuperada. Voltei para minha casa, cuido de meus dois filhos pequenos. Vocês que aqui estão não imaginam a que tivemos que nos submeter nesta vida. Tenho um corpo de 18 anos, mas uma alma velha, Minha alma jamais será completa.”

Sem comentários: