Já aqui havíamos referido a desvergonha e desonestidade intelectual de certos historiadores. Nem a propósito: a deambulação pela net mostrou-nos com limpidez a estatura de um desses artistas. Fernando Rosas, agastado com a oposição da FER de Gil Garcia ao apoio que o prestativo bloco que se diz de esquerda concedeu ao spinolista Manuel Alegre, e com a eventualidade que essa facção preconizou de apoiar Francisco Lopes, sacou da pistola e, no seu modo de ser historiador, mentiu.
Nem vale a pena comentar a adjectivação do candidato comunista como o “inefável Francisco Lopes”. Apaixonado pela candidatura de Alegre, é natural que Rosas, no seu modo histórico de ser, caustique com adjectivação prolixa os que fazem da vida um exercício coerente. Mas Rosas quis mais e mentiu deliberadamente.
De arma empunhada, decretou verificar a proximidade da FER em relação ao PCP em questões de fundo programáticas, como a defesa de um regime socialista de partido único e de censura politica.
Rosas sabe bem que o PCP sempre defendeu o pluripartidarismo. Rosas sabe bem que o PCP jamais defendeu o que a sua raiva anticomunista afirma. A História do PCP tem sido uma constante de luta pela Liberdade e pela Democracia. Rosas, sabe bem, mas prefere a mentira reiterada, que o PCP no seu VI Congresso, realizado em 1965, definiu, os oito objectivos da revolução democrática e nacional que foram consagrados no novo Programa aprovado : 1º - Destruir o Estado fascista e instaurar um regime democrático; 2º- Liquidar o poder dos monopólios e promover o desenvolvimento económico geral; 3º - Realizar a reforma agrária entregando a terra a quem a trabalha; 4º - Elevar o nível de vida das classe trabalhadoras e do povo em geral; 5º - Democratizar a instrução e a cultura; 6º - Libertar Portugal do imperialismo ; 7º- Reconhecer aos povos das colónias o direito à imediata independência; 8º - Seguir uma política de paz e amizade com todos os povos.
Entre isto e o que Rosas afirma vai a imensa distância que separa a verdade da mentira mais soez. Afinal de contas, o alimento preferido dos Rosas deste mundo. Ora sendo este o rosto desta esquerda, convenhamos que a fealdade abunda.
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