quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Contra os negreiros



Acabei de reler "A Cabana do Pai Tomás", de Harriet Beecher Stowe, impressionante denúncia da escravatura e deparei com um post num dos melhores blogues que conheço, o Cantigueiro, que traduz exactamente o que penso.

Grande parte dos nossos empresários, se pudesse, repunha o esclavagismo. Nada de liberdade para quem trabalha, vida própria nem pensar, salário apenas o estritamente necessário para sobreviver e sobretudo a cosificação dos trabalhadores.


A CIP, cujos membros gastam em amendoins o que um trabalhador médio não ganha, para sustentar a família em décadas de esforçado trabalho, acha que 25 euros de aumento no salário mínimo, é muito.


Por este exemplo, corriqueiro, também se vê a índole dos bichos... Pudessem eles e aos trabalhadores caberia pagar ao patronato a benção de lhes produzirem a riqueza. Como são um bando de gente de bem, não assumem a herança dos negreiros, mas por outras palavras e fingidas atitudes, não passam de esclavagistas modernaços, dispostos a tudo.


Tanta falência fraudulenta, tantos Mercedes e BMW, tanto subsídio a fundo perdido, tanto trabalho infantil, tantos trabalhadores sem direitos elementares, e os barões só pensam em condenar quem trabalha a uma existência pejada de miséria.


Agora, volta a fala gasta da necessidade de limitar salários. E quem isto defende - Constâncio, Catroga, Mira Amaral e afins - aufere salários milionários e é absolutamente responsável pelo estado de ruptura a que o país chegou.


Seria bom saber-se onde moram e como vivem estes nababos com pedras no lugar do coração: E por cada despedimento, por cada limitação salarial dos que nada têm, apreender-lhes o respectivo património, devassar-lhes as vidas sumptuosas que fruem à custa de tanto sangue do povo.  





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