terça-feira, 15 de maio de 2007

Contra a censura

José Manuel Paquete de Oliveira, provedor do telespectador da RTP, veio agora reconhecer que "relativamente ao programa “PRÓS E CONTRAS” do passado dia 7 de Maio, não pode deixar de concordar que a não presença de uma personalidade ligada ao PCP é justificativa das queixas apresentadas e entende que, naquelas circunstâncias, o critério de escolha deveria ter sido outro."
Muito bem, senhor provedor, dizemos nós. Apesar do seu texto parecer um pedido de desculpas por ter tido a ousadia de assinalar o óbvio. Mas o que verdadeiramente interessa é sabermos que consequências extrai vossa excelência dessa execrável violação do direito ao pluralismo informativo. Porque foram causados à terceira força política nacional prejuízos incalculáveis. Ficamos por aqui? Não deveria a RTP proporcionar agora ao PCP o tempo de antena que lhe foi ilegalmente surripiado por uma jornalista de capoeira e por um boy sem princípios?
Ou ser-se provedor só serve para "inglês ver"? Este programa "Prós e Contras" é um monumental embuste, cozinhado por seres desprezíveis e servido por uma prestativa e serviçal dondoca. Ontem mesmo se percebeu o que orienta as personagens. E ainda há quem não entenda que estas coisas andam todas ligadas. Discutia-se o desaparecimento da menina inglesa e a RTP sentou com intervenientes no debate, dois senhores que aquando da investigação do Processo Casa Pia se destacaram no ataque que desferiram às vítimas: Moita Flores e Júdice.
Dessa forma impedindo que os portugueses soubessem efectivamente dos perigos que representam pedófilos em liberdade. Dessa forma omitindo que existe e está activa, a rede pedófila nacional. Que tem ligações internacionais poderosíssimas, milhões de euros para gastar, por exemplo, em financiamentos a cronistas prestáveis, que escrevem tratados sobre branqueamento de bandalhos em épocas de crise.
A pornografia, sobretudo a infantil, é dos negócios mais rentáveis na actualidade. E em Portugal os canalhas vivem disso. E silenciam todas as vozes incómodas.

1 comentário:

GR disse...

Provedor (ontem): pessoa que estava numa instituição para defender os direitos, liberdades, garantias e os legítimos interesses dos cidadãos que a ele se dirigia, sempre que necessitassem.
Provedor (hoje): pessoa que defende os interesses da instituição que lhe paga. Desrespeitando todo o cidadão que se lhe dirija. (È o meu caso, pois não obtive qualquer resposta, depois de ter recebido um e-mail a dizer que o fariam).

Sobre o programa de ontem, só ouvi um jornalista (Esteves?) falando sobre as atitudes dos pedófilos, os perigos, o dinheiro que estas redes ganham, as dificuldades com que algumas pessoas e instituições se deparam, para poderem denunciar os monstros! Acreditei-me (!) nas suas palavras, indignadas. Contudo, voltei a desligar o televisor.
Já não acredito em ninguém! (refiro-me a esta escumalha)
Sempre que aparece um caso de uma criança mal tratada, raptada. Está oculto algo mais grave, Redes Pedófilas. Televisões, jornais, entrevistas, depois…tudo termina como começou, com um grande silêncio, com o vazio. Escondem-se factos, ocultam-se verdades. Veja-se o escandaloso processo Casa Pia (é um caso português).
Paro num quiosque e deparo-me com uma notícia (como se notícia fosse) um pedófilo está pobre!!! Sento-me frente ao televisor ouço o angelical sabe tudo criminalista (!), fazedor de novelas de cordel e político feito à pressa, aliás, onde lhe pagarem ele está presente! Sempre os mesmos!!!
Então e o processo Casa Pia? As vítimas? O julgamento interrompido temporariamente e depois?
A Drª Catalina Pestana cessou as suas funções de Provedora na Casa Pia, nenhuma TV noticiou, pelo menos com ênfase que merecia a notícia. Porquê?
Se as televisões (pública e privada) alertam para a necessidade de se falar o mais possível “destes” casos (Madeleine), para não caírem no esquecimento, porque razão a Casa Pia está no silêncio profundo?
Talvez, mesmo que eu não queira aceitar, “Portugal é o paraíso dos pedófilos”, na realidade, ninguém os incomoda. O mesmo não acontecendo com as suas Vítimas.

GR