É um facto que o comício da candidatura de Francisco Lopes, no Porto, foi a maior iniciativa de massas até agora realizada por qualquer das candidaturas, no âmbito da pré-campanha e da campanha das presidenciais.
Que esse facto, incontestável, não tenha sido assinalado em nenhum jornal diário, não surpreende, antes confirma a prática dos média dominantes em relação a tudo o que se relaciona com esta candidatura: foi assim na pré-campanha, assim será na campanha – e na noite das eleições e nos dias que se lhe seguirão…
E no entanto, se quisessem cumprir o seu papel de órgãos de informação, eles tinham muito que informar acerca desta candidatura e do que a distingue de todas as outras.
Por exemplo: que outro candidato, além de Francisco Lopes, pode dizer – dizendo a verdade – que a sua candidatura nasceu da luta das massas trabalhadoras contra a política de direita e que nela não há lugar para qualquer comprometimento com a política de direita?; que outro candidato, além de Francisco Lopes, pode dizer – dizendo a verdade – que a sua candidatura é patriótica e de esquerda e tem nos valores e nos ideais de Abril uma referência fundamental?; que outro candidato, além de Francisco Lopes, pode dizer – dizendo a verdade – que a sua candidatura tomou «a posição necessária e corajosa» de dizer «não» ao OE de flagelação dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País?; que outro candidato, além de Francisco Lopes, pode dizer – dizendo a verdade – que assume um compromisso claro quanto ao futuro: ruptura e mudança de política e afirmação de uma alternativa e de um novo rumo para Portugal?
Trata-se, como se vê, de diferenças que espelham as singularidades desta candidatura, os seus traços distintivos em relação a qualquer das outras – enfim, diferenças que, em princípio, seriam notícia...
Mas não. O que não surpreende, sendo os jornais de quem são...
E já agora acrescento uma outra característica única nesta candidatura: no dia 24 de Janeiro e seguintes, seja qual for o resultado eleitoral que tiver obtido, ela vai continuar na luta ao lado dos trabalhadores.
Porque a luta continua – o que também não surpreende...
José Casanova, in Avante! de 13 de Janeiro de 2011
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