sexta-feira, 4 de abril de 2008

As preocupações do senhor Procurador

O senhor Procurador-geral diz-se muito preocupado com a violência juvenil nas escolas. Não podia, pois, ter melhor álibi do que a cretinice em torno de um telemóvel publicitada na net por um filho do sistema miserável em que vivemos. Falta agora nomear Emídio Rangel para chefiar as polícias - de choque preferencialmente - que hão-de aplacar, de bastão em riste, as fúrias e birras estudantis.
O senhor Procurador tem demonstrado ser um óptimo ministro de Sócrates. Por isso, em vez de centrar a atenção dos portugueses no que urge combater - os homicídios, os roubos, as agressões sexuais; os crimes laborais e as crescentes falências fraudulentas; os crimes de colarinho branco e por aí fora - quer que a intervenção prioritária das forças repressivas se dirija a uma área onde a comunidade escolar (professores, restantes funcionários, pais e encarregados de educação, autarquias) pode e deve actuar de forma eficiente.
Como ministro de Sócrates, ao senhor procurador interessa iludir a questão central: as escolas estão neste estado caótico porque o governo, além do blá-blá costumeiro nada fez em quase 4 anos. Por isso falta quase tudo: funcionários, material escolar, ginásios, cantinas, tempo, estabilidade e formação para os professores darem as matérias e, quantas vezes, pais que não se dissociem dos filhos, que não se limitem a despejá-los à porta da escola.
Na verdade, quem usou de violência na escola do Porto, não foi a estudante. Foram os que a ensinaram a viver neste país dirigido por gente rasca na convicção de que o telemóvel é tudo. E o livro, nada.
Se o senhor Procurador quiser um conselho que evite a desmotivação dos alunos e outros fenómenos negativos, aqui fica: visite a Escola Voz do Operário. Constate como crescem felizes as crianças que por lá aprendem, o respeito recíproco entre professores e alunos, o amor à escola diariamente fortalecido. Depois, se quiser ser coerente, exija ao governo que pague à Voz do Operário os milhares de euros que lhe deve por não comparticipar nas despesas com as crianças de menores recursos.

12 comentários:

fotógrafa disse...

Pára e admira calmamente
tudo aquilo que te rodeia.
Sem contemplação,
a vida é uma mera existência.

Bom fim de semana
abraço

Unknown disse...

Onde é que estava o Senhor Procurador-Geral e o seu zelo na luta contra a criminalidade, quando, em finais de 2007, foi noticiado pela comunição seuxal que um professor de Gondomar, acusado de 20 crimes de abuso sexual de crianças contra alunas com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos, praticados entre setembro de 2003 e meados de 2005, ainda se encontrava em liberdade, a dar aulas numa escola, e com a medida de afastamento das vítimas já caducada? E o silêncio e o medo das crianças vítimas de crimes sexuais? E os danos pessoais e sociais destes crimes? Não serão muito mais graves para a sociedade do que a insubordinação dos alunos contra os professores?

GR disse...

Em torno de um problema de “má educação” de uma aluna, naturalmente um caso de desrespeito grave, como grave são outros tantos problemas que diariamente existem nas escolas e os professores têm que os resolver, o prepotente governo do ps e de Sócrates, fez um aproveitamento político escandaloso.
Retirando e humilhando mais uma vez os professores, tenta retirar-lhes autoridade. Desviando o cerne da questão, distraindo o cidadão.
O PGR (não é por acaso que ele o é) alinha neste teatro. Como alinha em não querer resolver casos gravíssimos de criminalidade. Seja ela roubo, assassinatos, desvios de dinheiros públicos ou de processos de pedofilia. Estes cada vez mais vergonhosamente ocultados.
Rangel, despindo-se a sua máscara de democrata, mostra o verdadeiro espírito que nunca deixou de o ser Fascista, atira contra tudo e todos. Caluniador! Nojento!
O caos que se verifica nas escolas é tão-somente devido à política salazarista de Sócrates. Encerrou escolas, despediu funcionários, desmoralizou professores. Há Escolas que nem papel higiénico tem.
O ambiente é de frustração, irritação e desânimo para professores, funcionários e alunos.
100 mil docentes disseram BASTA! Porém, Sócrates antidemocraticamente, não quis saber.
É evidente que o governo com o aval da PGR, não quer o progresso de uma das melhores Escolas do país, não só no Saber, Educação e humanização das crianças, futuros adultos que aprendem diariamente estes valores na Voz do Operário.

Continuaremos com toda a força a dizer a este desgoverno, BASTA!

GR

Anónimo disse...

Com Procuradores destes, só podemos ficar com uma certeza, as injustiças vão continuar!
José Manangão

O Puma disse...

O sr Comendador sacode-se

sempre que ouve

a palavra operário

Força.

Mar Arável disse...

A VOZ DO OPERÁRIO

TEM FORÇA SUFICIENTE

PARA CONTINUAR

SEM O DEVIDO APOIO

DA CANALHA

fotógrafa disse...

“Um cobarde é incapaz de demonstrar amor, isso é previlégio dos corajosos”.
(Gandhi)
Hummm…pensamento interessante…
Passando para desejar um bom domingo
Abraço

José Leite disse...

Desta vez não concordo. O senhor Procurador Geral da República tem tido até algumas desavenças com o governo.

fotógrafa disse...

Com chuva ou sem…(Pelo menos aqui pelo norte vai ser com), espero que tenham um fds divertido…inventem!
Abraço

Anónimo disse...

As raríssimas desavenças do PGR com o governo não passam de manobras de diversão para enganar os incautos. Não tenho a menor dúvida de que este pgr é um comissário político socretino.

Anónimo disse...

Com prof. numa escola de escassíssimos humanos e afectivos, acho, absolutamente ofensível a opinião pública do sr. Emídio Rangel sobre os professores quase ou totalmente intitulados de "hooligans", quando estes, apesar de todas as dissenções de classe (coisa lamentável) se dignaram unir numa manifestação de 100 mil docentes que o nosso querido governo se apressou a desdramatizar (somos 150.000)... não vale a pena comentar! Para eles, as estatísticas estão sempre erradas.
Será que o sr. Emídio Rangel tem noção, bem como a maioria dos nossos dirigentes do que será leccionar e aprender numa escola pública?
Já agora... quantos dirigentes políticos colocam os seus filhos numa escola pública?
Será que é legítimo fazerem-se rankings de escolas, dando como exemplo a Manuel Bernardes e a minha?
Será que os alunos da Manuel Bernardes iniciam as aulas com a fome que os meus alunos (alguns) têm?
Será que se pode aprender da mesma forma quando há uma estabilidade familiar, seja ela mono ou não parental e outra, que não se sabe bem qual é, e outra em que, como pequeno-almoço, os miúdos tiveram duches frios como castigo e pancada (devidadamente denunciada por mim)? Será a mesma coisa?

Exmºs Senhores.... desçam à podridão... não importem modelos educativos de países a léguas avançados de nós....
Por nossa culpa! Não façamos mantas de retalhos mas pensemos (e deixemos lá a esperteza do tempo das Caravela...) que é tempo de pensar, a partir da realidade, o sistema!

Acredito na boa experiência da Voz do Operário... acredito, sobretudo, naqueles professores que, pela sua sensibilidade, têm o aluno como fim, na sua educação, formação, no afecto e compreensão que proporcionam....

Isso é a missão do ensino, sim. Fazer de um pequeno homem um Homem!
Quanto às subidas de carreira, pelas quais vejo tanta gente histérica.... que continuem.
Porque nada pode demover o coração de alguém que nasceu para ser professor, o que hoje passa pelo ensinar e receber, em dobro, de afectos!

Bem-haja, senhor procurador, sr. Emídio Rangel, etc, etc.... sou uma hooliogan, com todo o respeito, altamente feliz: convivo todos os dias com alguns "infernos" para ter a humildade de nunca ser capaz de proferir uma afirmação descontextualizada como muitos fazem!
E sou feliz, todos os dias, quando, apesar de um aluno com fome, ainda, pela manhã, me esboça um sorriso de esperança!

THE END

Anónimo disse...

Por isso é que eles só soltam os bandidos e os loucos perigosos...
Tudo boa gente!
Que nojo!
Vivem da industria do medo.