Os alunos cubanos tiram notas muito mais altas em exames
internacionais que as crianças de outros países latino-americanos, incluindo o
Brasil. "A educação de Cuba oferece à maioria dos alunos uma educação
básica que somente crianças de classe média alta recebem em outros países da
America Latina", explica o economista Martin Carnoy, da Universidade de
Stanford (EUA), que conduziu um estudo comparativo entre os sistemas
educacionais do Brasil, Chile e Cuba.
Carnoy foi a campo e colheu evidências que jogam luz sobre
os principais problemas brasileiros. O resultado é o livro A vantagem acadêmica de Cuba - Por que seus alunos vão melhor
na escola, publicado no Brasil pela Ediouro. Nele, Carnoy mostra que o ótimo
desempenho dos estudantes cubanos é resultado de um sistema educacional que dá
oportunidades iguais para todos os alunos, que estudam em um ambiente mais
seguro e menos desigual que o brasileiro.
O economista filmou salas de aula em Cuba e no Brasil e
cronometrou o tempo dedicado a explicação dos conteúdos pelos professores.
Assim, procurou entender como uma sociedade com renda per capita menor que a
brasileira consegue promover uma educação de muito melhor qualidade para todos
os jovens de sua população. Suas descobertas provam que é possível avançar. "Embora
nem tudo em Cuba seja transferível para outras sociedades, acredito que as
lições são claras", explica o especialista. Para ele, os principais ensinamentos da experiência cubana são o recrutamento
dos melhores alunos do ensino médio para o magistério, as boas escolas de
formação de professores, a garantia de que os alunos são saudáveis e estão bem
alimentados e o sistema de supervisão dos professores, voltado para a melhoria
do ensino.
1 comentário:
Olá Pedro,
Gostava de partilhar consigo uma experiência de uma amiga minha da Bolívia que passou um período em Cuba. Esteve lá em câmbio artístico e era para ficar alojada num hotel cubano com acesso vedado a cubanos - onde apenas se aceitam dólares e hóspedes estrangeiros... :(
Ela recusou. Decidiu ficar alojada em casa de uma família cubana, ao contrário do resto dos artistas convidados. No percurso diário para o atelier onde tinham lugar as workshops, era constantemente confrontada com prostituicäo masculina. Como sempre rejeitou os avancos, comecou a ser abordada por mulheres. Após rejeitar estes avancos, comecou a ser abordada por adultos que lhe queriam vender os servicos sexuais de menores. Que, obviamente, recusou.
A família onde ficou alojada aproveitou para lhe pedir constantemente dinheiro (dólares) pelas razöes mais mesquinhas. Essa família já recebia uma quantia do Estado para o alojamento da hóspede. Ao alojamento candidatam-se famílias de forma voluntária.
Isto para dizer que näo entendo como pode defender um regime totalitário, autoritário e corrupto como Cuba, que condena as suas criancas à pobreza e à negligência.
Tenho um respeito e admiracäo imensos pela sua luta no processo Casa Pia e gostaria de ter os recursos (que me faltam) para o apoiar.
Apenas um apontamento que me veio à cabeca após ler estes posts...
Um abraco grande de alguém que também quer ver justica feita.
Obrigado!
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